Abordagem psicológica na atenção básica em saúde: da fragmentação à integralidade

Abstract

A Estratégia Saúde da Família tem sido a principal resposta de organização do cuidado perante os atendimentos médicos de visão biologicista, hospitalocêntricos e voltados para ações curativas. Por essa razão, este estudo teve por objetivo analisar como os profissionais médicos da Atenção Básica em Saúde, na Estratégia Saúde da Família, realizam o cuidado integral individual, tendo como foco a dimensão psicológica no processo saúde-doença das pessoas. A abordagem qualitativa foi o método desta investigação. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e interpretados pela análise de conteúdo, modalidade temática, constituindo-se três temas. Identificou-se que a abordagem da dimensão psicológica pelos médicos se desenvolve na perspectiva da integralidade em um esforço de reconstrução das práticas fragmentadas em saúde. No entanto, percebe-se que há dificuldades e desafios a serem superados pelos profissionais médicos junto aos usuários, à equipe e à gestão do sistema. Dessa forma, a integralidade surge como a capacidade de os profissionais interagirem com os usuários, produzindo, assim, um território comum que possibilite o diálogo entre os sujeitos, gerando uma reorganização do cuidado.

Healthcare practices for users suffering from violence: from invisibility to comprehensive (un)care

“…The reorganization of services in the perspective of comprehensiveness has proved to be one of the greatest challenges of healthcare work, namely because most professionals are trained according to the Cartesian and physician-centred model. Care provided to users suff ering from violence is therefore based on the biological model and specialities, without contemplating the dynamics, relationships and complexities that involve individuals (15) . The following statements support these fi ndings: These statements attest the "medicalizing" dimension when confronted with the problem of violence.…”

“…This refl ects excessive medical interventionism on the bodies and in the lives of victims, which is related to medical power. Professionals ultimately intensify the disuse of comprehensiveness when caring for patients and the team cannot meet the demands and needs of this population (15)(16) .…”

“…Referrals without exhausting all diagnosis possibilities in the ESF shows a lack of responsibility of the team when caring for users suff ering from violence. This does not mean that referring users to other support services is not necessary, but it highlights that the support provided by teams is essential for the provision of care and follow-up with other specialities of the system (15) .…”

“…Caring for users that suff er from violence requires a lot more than the basic care off ered by the healthcare service, referrals and medicalization. During the provision of care, professionals must also consider how users feel about the aggression and what it represents in their lives (15) .…”