O emprego das plantas para desempenhar funções terapêuticas é uma herança de antigas gerações, que sobreviveu ao advento da modernidade e ganhou espaço nos dias atuais. Esse hábito, conquistou a atenção da ciência e logo houve um aumento expressivo em pesquisas sobre a composição química das ervas utilizadas e seus possíveis efeitos curativos. A planta Arrabidaea chica conhecida popularmente como pariri, crajirú, cipó-cruz, dentre outros, de acordo com os ensinamentos empíricos, é muito consumida no interior e região metropolitana de Belém do Pará na forma de chá com finalidades anti-anêmicas, anti-inflamatórias e cicatrizantes. Por esse motivo, o objetivo do presente trabalho é quantificar o teor de Ferro (Fe), Magnésio (Mg), Cálcio, (Ca) Cobre (Cu), Zinco (Zn) e Manganês (Mn) existentes nas folhas secas e nos chás da erva. As análises foram realizadas no Laboratório de Absorção Atômica do Museu Emílio Goeldi, com amostras em triplicata de chás preparados por infusão e decocção, de folhas de Pariri adquiridas na Feira do Vero-Peso e na Ilha de Mosqueiro. Segundo os resultados, Ca, Mg, Zn e Mn, foram detectados nas folhas e chás, Fe, apenas nas folhas secas e Cu, não foi detectado. Percebeu-se, que os teores dos elementos, nos chás, estão de acordo com a literatura e com os parâmetros para ingestão diária recomendados pela ANVISA. Dessa forma, confirma-se, por meio da caracterização química, a presença de sais minerais que tornam real a possibilidade de um potencial terapêutico das folhas de Pariri, desde que manuseadas de modo correto e consumidas sem demasia.