Fraudes, plágios e currículos

Torresi, Susana Inês Córdoba de; Pardini, Vera L.; Ferreira, Vı́tor F.

doi:10.1590/s0100-40422009000600001

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“…Já houve caso de publicação integral de texto publicado anteriormente 3,4 e, mais recentemente, uma apostila para concurso público foi comercializada na web contendo um trabalho copiado integralmente sem nenhuma menção à origem ou aos autores. As revistas não são imunes a este problema, pois da mesma forma que podem ter parte ou a integralidade dos seus textos e figuras plagiadas, 5 também podem publicar artigos contendo plágio, mesmo utilizando o mecanismo de avaliação por pares.…”

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É plágio: e daí?

Torresi¹,

Pardini²,

Ferreira³

2011

Quím. Nova

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Editorial É PLÁGIO. E DAÍ?Da forma como foi pensado esse título, seria um tremendo plágio se não disséssemos que esta ideia foi idealizada pelo jornal O Globo, numa seção chamada "É ilegal. E daí?" que por sua vez parafraseava um prefeito da cidade do Rio de Janeiro. A proposta do Jornal era discutir as ilegalidades que ocorrem na cidade e que o poder público conhece, mas nada faz para corrigi-las. A mesma sensação se tem com a questão do plágio. Parece que nada vai acontecer àqueles que decidem copiar ideias e texto de trabalhos alheios sem a devida citação ou o crédito apropriado. O absurdo chega a tanto que já existem empresas especializadas, escondidas em endereços da Web, para a produção de apostilas, monografias, dissertações e teses de doutorado. Porém, os recentes fatos ocorridos -um professor brasileiro foi demitido, uma aluna teve seu doutorado cassado e a demissão do Ministro da Defesa da Alemanhaparecem estar mudando o rumo desta questão. Então, a frase do título poderia ser mudada para: é plágio e agora vai ter consequências! Bem sabemos que as consequências dependem muito das decisões políticas das IES, que em sua maioria são corporativas e pouco fazem no sentido de tomarem posição quanto aos fatos graves de plágio de alunos e docentes. Elas deveriam ser as mais interessadas em desenvolver a conscientização de seus alunos e docentes quanto à questão do plágio através de cursos, cartilhas, ciclo de debates e em ampliar o escopo dos comitês de ética em pesquisa para esta questão. Aparentemente, as instituições imaginam que tais fatos não arranham a sua imagem, mas isso não é verdade, pois para o público passa a imagem negativa de que a instituição não cuida do material acadêmico que está sendo produzido nas suas dependências de ensino. Bem como as IES que não tratam adequadamente esta questão nas suas salas de aula, recentemente, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou recomendações para evitar o comércio ilegal de trabalhos acadêmicos e o plágio de monografias nas universidades brasileiras. Foram aprovadas duas medidas importantes: o envio de ofício a todas as IES brasileiras para que passem a utilizar softwares de busca de similaridades para identificar plágios em monografias, dissertações e teses e a adoção de políticas de conscientização dos estudantes acerca da propriedade intelectual e o plágio nas atividades acadêmicas.1 O ofício foi enviado e o seu teor está disponível na web; 2 agora é acompanhar o seu desenvolvimento nas IES. Vamos acompanhar e verificar se essa é mais uma das ações tomadas que não resultam em nada.É estranho quando o olhar vem de fora para chamar a atenção ao que deveria ser considerada missão das IES. Sabe-se muito bem que elas sabem ensinar aos alunos a ler e escrever criticamente, mas precisam enfatizar às suas comunidades que quando forem compor as ideias e resultados da pesquisa o façam de forma original. Deste modo, elas devem incentivar o pensar e o senso crítico e nisso devem estar inseridas a questão da ética e o plágio. O "copiar-colar" ...

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É plágio: e daí?

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“…A mídia tem divulgado desvios éticos, mas na maioria dos casos envolvendo as questões de ética nas publicações científicas. Esse assunto é preocupante e a Química Nova tem trazido essa discussão através de seus editoriais, [3][4][5] sem usar de denuncismo e procurando levar aos leitores a informação de que problemas com desvios como cópia de textos sem a devida citação, autoplágio, manipulação de dados e conduta antiética podem causar danos irreparáveis a uma carreira profissional. Recentemente (16/9/2011), a FAPESP divulgou um CÓDIGO DE BOAS PRÁTI-CAS CIENTÍFICAS.…”

Section: Responsabilidade éTica E Progresso Socialunclassified

Responsabilidade, ética e progresso social

Torresi¹,

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Ferreira³

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Quím. Nova

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“…A fraude acadêmica/científica tem diversas origens, como a exclusão de autoria de pesquisadores que efetivamente contribuíram com o trabalho, inclusão de autores que não tiveram alguma participação, apropriação de dados de outros, ausência intencional de fonte e referências nas citações, ocultação ou fabricação de dados, tratamento intencional e tendencioso de forma a adequar os resultados a algum interesse em particular (TORRESI;PARDINI;FERREIRA, 2009).…”

Section: Introductionunclassified

Publicações Retrocedidas Da Base Medline®: Uma Análise Bibliométrica

et al. 2017

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RESUMOA fraude científica deve ser combatida veementemente, pois sua prática não é saudável para a comunidade acadêmica. Este trabalho visa, por meio de técnicas de bibliometria, descrever a situação da base de conhecimento na National Library of Medicice (NLM), conhecida como MEDLINE®, em relação aos trabalhos retrocedidos. O estudo identificou 842 retrocessos presentes na base, e aponta que os casos aumentaram a partir de 2004 e entram em tendência de queda a partir de 2015, e que os casos de retrocessos são majoritariamente de ocorrência única, tanto entre autores (92,40%) quanto entre veículos (66,52%). Palavras-chave:Bibliometria; Ética; Retrocesso de Publicação. ABSTRACTA scientific fraud should be combated vehemently, once its practice is not healthy for the academic community. This work aims, by bibliometric approach, to describe the National Library of Medicine (NLM) knowledge base situation , known as MEDLINE®, related to the retracted papers. The study identified 842 retractions in the base, and those cases has increased from 2004 and has fallen from 2015. Those retractions cases are majoraty composed by unique cases, both among authors (92.40% ) as among journals (66.52%).Keywords: Bibliometry; Ethics; Retracted Publication. IntroduçãoO progresso de uma nação está relacionado ao seu desenvolvimento científico e tecnológico, e por consequência, pelo desenvolvimento de suas práticas e comunicações científicas, e estas devem estar alinhadas com os atributos éticos inerentes à prática científica. Assim sendo, a fraude científica, que nada mais é que a falta de ética na condução ou comunicação de pesquisas, é uma preocupação constante da comunidade científica, que deve promover estudos para exposição de situações e proposições de problemas.A fraude acadêmica/científica tem diversas origens, como a exclusão de autoria de pesquisadores que efetivamente contribuíram com o trabalho, inclusão de autores que não tiveram alguma participação, apropriação de dados de outros, ausência intencional de fonte e referências nas citações, ocultação ou fabricação de dados, tratamento intencional e tendencioso de forma a adequar os resultados a algum interesse em particular (TORRESI; PARDINI; FERREIRA, 2009).Todas estas motivações para a fraude acadêmica/científica podem ser resumidas como a ausência de ética profissional (e consequente mau profissionalismo). Domingues (2013)

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Fraudes, plágios e currículos

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