RESUMO: Estudo realizado com profissionais da saúde que trabalham diretamente com mães e bebês em amamentação, demonstrou que embora estes embasem sua prática na crença de que amamentar é natural, estes mesmos profissionais compreendem que há inúmeros determinantes do curso da amamentação originados do contexto materno. Um dos elementos identificados nesse contexto é a influência, positiva ou negativa, que a família exerce sobre a nutriz. Dessa forma um novo modelo assistencial deve contemplar a aproximação maior do profissional com a nutriz e sua família, no intuito de ter nesta a possibilidade de construir um suporte para criar melhores condições para mulher e família vivenciarem o processo de amamentar como uma experiência prazerosa para todos os atores sociais nela envolvidos.DESCRITORES: Aleitamento materno; Família; Ocupações em saúde.
AMAMENTAÇÃO COMO OBJETO SOCIALÀ amamentação, enquanto prática social, tem-se atribuído inúmeros papéis no amplo campo da promoção da saúde materno-infantil.Considerada como uma das estratégias fundamentais para a garantia de um estado nutricional e condições de desenvolvimento de excelência para a criança, implicando também, na redução da ocorrência das doenças infantis, em especial para os lactentes, o incremento do ato de amamentar, tem sido efetivamente, um dos principais temas nas agendas das políticas públicas de saúde materno-infantil, de investimentos em campanhas de promoção voltada à população em geral e, em transformações de modelos assistenciais para mãe e lactente. Também tem sido importante objeto de investigação científica na área da saúde, nas últimas três décadas, em especial a partir dos anos 80.A diminuição dos índices de interrupção da amamentação de crianças antes dos primeiros seis meses de vida, tornou-se, desde o final da década de 70, uma das principais metas de programas que tratam da saúde infantil no Brasil e em muitos países ocidentais, com apoio e incentivo da Organização Mundial da Saúde e Organizações Não Governamentais (Silva, 1999).A partir dos programas específicos de promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno e, mesmo os que atuam indiretamente no sentido de promover a prática da amamentação, têm sido criadas e implantadas inúmeras estratégias e alternativas que têm resultado em sucesso na conquista pela construção cultural de propiciar condições para a prática de amamentar para mulheres de nossa sociedade (Boletim ..., 1994).É sabido que muitos são os fatores interferentes na decisão da mulher em amamentar. Essa prática não está na dependência única de sentimentos instintivos ou, de conhecimentos adquiridos sobre técnicas de amamentação ou vantagens sobre o leite humano e amamentação.Por muito tempo, as ações relativas a promoção, apoio e incentivo ao aleitamento materno foram fundamentadas nos conceitos de educação da população e dos profissionais sobre os aspectos técnicos básicos