A credita-se que a consorciação possa contribuir para com a atividade olerícola, principalmente pelas vantagens de ordem econômica, devido ao uso intensivo de recursos renováveis ou não. Entre outras vantagens que esta interação interespecífica pode proporcionar, destacam-se a maior eficiência de utilização da terra, diminuição dos riscos de perdas totais, melhor uso dos recursos ambientais, eficiência no controle da erosão, controle de plantas daninhas, diversificação da dieta alimentar do trabalhador rural e possibilidade de obtenção de maiores fontes de renda (Chagas & Vieira, 1984;Reis et al., 1985;Cardoso & Ribeiro, 1987;Caetano et al., 1999). A consorciação pode contribuir também para a diminuição do uso de insumos oriundos de fontes não renováveis tais como fertilizantes e defensivos agrícolas ou, pelo menos, conforme salienta Horwith (1985), permitir um aproveitamento mais eficaz dos mesmos.O grande desafio para o sucesso de sistemas consorciados está na capacidade em determinar as culturas a serem utilizadas e, principalmente, o manejo do consórcio (Ceretta, 1986). De acordo com este autor, a eficiência de um sistema consorciado fundamenta-se principalmente na complementaridade entre as culturas envolvidas, sendo que esta será tanto maior, à medida em que se consegue minimizar o(s) efeito(s) negativo(s) estabelecido(s) de uma espécie sobre a outra. Neste sentido, a escolha criteriosa das culturas componentes e da época das suas respectivas instalações é de fundamental importância, para que se possa propiciar uma exploração máxima das vantagens do sistema consorciado (Trenbath, 1975
RESUMOAvaliou-se a produtividade das culturas de rabanete e alface, e a qualidade de seus produtos, em função da época de estabelecimento do consórcio, na UNESP em Jaboticabal, de março a maio de 1999. Os tratamentos foram constituídos por consórcios estabelecidos aos 0; 7 e 14 dias após o transplantio (DAT) da alface e monocultivos implantados nestas mesmas épocas. As cultivares de rabanete (Raphanus sativus L.) e alface (Lactuca sativa L.) utilizadas foram, respectivamente, Crimson Gigante e Carolina. Maior altura das plantas de rabanete foi observada quando consorciada com alface. As plantas de rabanete em monocultivo apresentaram acúmulo de massa seca da parte aérea (MSPA) 29,4% menor do que em consorciação, independente da época de semeadura. Para massa seca de raízes tuberosas, maior acúmulo foi obtido na presença de alface, independentemente da época de instalação do consórcio. Quanto a MSPA de alface, maior acúmulo ocorreu em consórcio, quando a semeadura do rabanete foi realizada até 7 DAT. Além de menor acúmulo de MSPA, quando a semeadura do rabanete foi realizada aos 14 DAT, a alface apresentou perda na qualidade comercial. O maior valor da razão de área equivalente (1,6) no sistema de consórcio, foi obtido quando o rabanete foi semeado aos 7 dias após o transplantio da alface.
Palavras-chave:Lactuca sativa, Raphanus sativus, cultivo consorciado.
ABSTRACT Yied of the lettuce and radish as a function of the time of...