A transposição congenitamente corrigida de grandes artérias representa uma anomalia congênita rara e idiopática, correspondendo a aproximadamente 0,5% das cardiopatias congênitas. O quadro se desenvolve a partir de uma discordância dupla: ventriculoarterial e atrioventricular, de forma que o átrio direito conecta-se ao ventrículo esquerdo, de onde emerge a artéria pulmonar levando sangue venoso, e o átrio esquerdo bombeia sangue oxigenado para o ventrículo direito, representando o ventrículo sistêmico conectado à aorta. Sendo assim, o presente relato de caso, bem como sua discussão, têm como propósito evidenciar a evolução de um paciente pediátrico com quadro de L-TGA, uma cardiopatia congênita com importantes complicações potenciais, mas que ainda carece de abordagens na literatura. Trata-se de um paciente do sexo masculino, 6 anos, com diagnóstico prévio de transposição congenitamente corrigida de grandes artérias, que apresentou-se ao ambulatório do serviço de saúde com queixa de dispneia aos médios esforços. Foram então descritos os principais achados ao exame físico e à propedêutica complementar, com destaque para as alterações identificáveis ao ecocardiograma (e como se correlacionam aos achados relatados no primeiro exame, três dias após o parto). Considerando que a história natural desta patologia não é completamente consolidada, sendo suas manifestações dependentes de um conjunto de potenciais anormalidades coexistentes bem como de possíveis repercussões fisiopatológicas associadas à progressão por vezes imprevisível do quadro, evidencia-se a relevância do caso aqui relatado e discutido, cumprindo seu papel de agregar à literatura mais dados e informações acerca da apresentação do processo patológico associado.