Esquizofrenia, psicopatologia e crime violento: uma revisão das evidências empíricas

Abstract

Palavras-chavesEsquizofrenia, psicose, psicopatologia, crime violento. resumo objetivo: Estudar, mediante uma revisão sistemática da literatura científica, a relação esquizofrenia, psicose e violência. métodos: Realizou-se uma busca eletrônica por meio das bases de dados Medline, SciELO e Lilacs, até a data de junho de 2006, considerando artigos de línguas inglesa e portuguesa. resultados: Um número de pesquisas revela associação entre esquizofrenia e comportamento violento, principalmente quando existe comorbidade com abuso de substâncias. Aspectos específicos dos delírios são relacionados com comportamento violento, como maior grau de convicção e presença de delírios de controle e perseguição. Conclusões: Apesar de limitações metodológicas, alguns aspectos da psicopatologia aguda da psicose e da comorbidade de abuso de substâncias parecem estar fortemente relacionados à presença de comportamento violento entre pacientes psicóticos. De acordo com os estudos analisados, somente uma pequena parcela da violência social poder ser atribuída a esse grupo de pacientes. Novas pesquisas deverão futuramente permitir prever antecipadamente o risco de um comportamento violento, permitindo com isso intervenções preventivas e redução do processo de estigmatização. AbstrACt

O Perfil Dos Internos De Um Hospital De Custódia E Tratamento Psiquiátrico: Perspectivas Da Reforma Psiquiátrica No Brasil

“…A presença de fatos dessa natureza na mídia tem sido corriqueira e, quando ocorrem, assumem papel de destaque, permitindo à sociedade, principalmente leiga, préjulgamentos. Em função disso e da ausência de discussões sólidas em torno da questão, o estigma tem se perpetuado 24,25 . Destarte, a cultura do medo, gerada diante de indivíduos em sofrimento psíquico e seu estereótipo, fundado há décadas como um ícone vivaz de violência, apontam para uma das maiores problemáticas no que tange à reinserção destes no seio da família e em seus territórios de vida, pois, apesar de estudos incitarem que a doença mental não constitui uma predisposição à prática criminal 24,25,26 , a soma desses fatos acaba potencializando a dificuldade de inclusão desses sujeitos, tornando-os alvos permanentes de rejeição social.…”

“…Em função disso e da ausência de discussões sólidas em torno da questão, o estigma tem se perpetuado 24,25 . Destarte, a cultura do medo, gerada diante de indivíduos em sofrimento psíquico e seu estereótipo, fundado há décadas como um ícone vivaz de violência, apontam para uma das maiores problemáticas no que tange à reinserção destes no seio da família e em seus territórios de vida, pois, apesar de estudos incitarem que a doença mental não constitui uma predisposição à prática criminal 24,25,26 , a soma desses fatos acaba potencializando a dificuldade de inclusão desses sujeitos, tornando-os alvos permanentes de rejeição social. A ausência de narrativas sobre suas histórias de vida para além do adoecimento mental ou possíveis fatores que o justifiquem, demonstram a escassez de recursos técnicos contemporâneos em saúde mental que ultrapassem a hegemonia do diagnóstico 26 .…”

A Violência E Seus Imbricamentos Com O Campo Da Saúde Mental: Uma Revisão Integrativa Da Literatura

“…Essa associação, para a comunidade em geral, ainda evoca a ideia de o doente mental ser uma "pessoa louca" 6 . Um ato de violência ou violência grave cometido por uma pessoa com transtorno mental é relativamente raro, ou seja, são muito poucos os casos vistos pela sociedade, entretanto, quando ocorrem episódios e são apresentados pela mídia, o assunto volta a ser foco e toma uma grande repercussão pela sociedade sendo motivo de atenção e de debate 6 .…”

“…Para Teixeira et al, no entanto, novos estudos epidemiológicos acerca especificamente da esquizofrenia relatam que estes pacientes tendem a ser mais violentos que a população em geral 6 . Os indivíduos com transtornos psicóticos, pela sua condição psicopatológica, possuem potencial para desenvolverem comportamentos e atos violentos e isso se deve aos sintomas da doença como as alucinações e delírios que predispõem a esses atos, porém essa condição não deve ser generalizada 6 .…”

“…Também é possível na contemporaneidade, a discussão que associa o uso de drogas à violência 4 . Outros estudos, no entanto, revelam que a violência atribuída a esse grupo é muito pequena [5][6] . Na vida cotidiana, evidenciamos que a ocorrência de eventos relacionados à violência que tenha grande repercussão na mídia, por exemplo, é atribuída, em sua causalidade com a presença dos transtornos mentais 3 .…”