O controle da transmissão vetorial

Abstract

RESUMOEntre 1950 e 1951, foi realizada a primeira Campanha de Profilaxia da Doença de Chagas, no Brasil, conduzida pelo então Serviço Nacional de Malária. Abrangeu, com ações de controle vetorial químico, 74 municípios ao longo do Vale do Rio Grande, na divisa dos Estados de Minas Gerais e São Paulo. Desde então até o ano de 1975 as atividades de controle foram exercidas de forma mais ou menos regular e com maior ou menor alcance, o que dependeu de um aporte descontínuo de recursos. A doença de Chagas não representava prioridade, relativamente a outras enfermidades endêmicas prevalentes no país. Ainda assim, a julgar pelos dados acumulados ao longo daqueles 25 anos, o volume de trabalho não foi desprezível, mas pouco conseqüente em termos de seu impacto sobre a transmissão. Em 1975, com um aporte adicional de recursos, excedentes do programa de controle da malária; com a sistematização metodológica das operações; e, com base em dois extensos inquéritos epidemiológicos realizados no país, entomológico e sorológico, as ações de controle vetorial passaram a ser exercidas de forma regular, seguindo dois princípios básicos: intervenções em áreas sempre contíguas e progressivamente crescentes e sustentabilidade das atividades, até que cumpridos determinados requisitos e metas, previamente estabelecidos. Essas ações levaram ao esgotamento das populações da principal espécie de vetor, Triatoma infestans, alóctone e exclusivamente domiciliar, e ao controle da colonização intradomiciliar de espécies autóctones com importância na transmissão. A transmissão é hoje residual por algumas dessas espécies nativas, notadamente por Triatoma brasiliensis e Triatoma pseudomaculata; há o risco de domiciliação de espécies, antes consideradas de hábitos silvestres, como é o caso de Panstrongylus lutzi e Triatoma rubrovaria; além da possibilidade de que ocorram casos de infecção humana, diretamente relacionados ao ciclo enzoótico de transmissão. Por tudo isso, é ainda indispensável que se mantenha estrita vigilância entomológica. Palavras-chaves: Doença de Chagas. Controle vetorial. Brasil. ABSTRACTBetween 1950 and 1951, the first Prophylactic campaign against Chagas Diseases was carried on in Brazil by the so existing Serviço Nacional de Malária. The actions involving chemical vector control comprehended 74 municipalities along the Rio Grande Valley, between the States of São Paulo and Minas Gerais. Ever since, until 1975, the activities were performed according the availability of resources, being executed with more or less regularity and coverage. At that time, Chagas disease did no represent priority, in comparison with other endemic diseases prevalent in the Country. Even so, taking into account the accumulated data along those 25 years, the volume of work realized cannot be considered despicable. Nevertheless, it was few consistent, in terms of its impact on disease transmission. In 1975, with an additional injection of resources surpassed from the malaria program, plus the methodological systematization of the activities, and wit...

2 nd Brazilian Consensus on Chagas Disease, 2015

“…Uncontrolled human migration, environmental degradation, climate change, high population concentrations in urban areas, and precarious socio-economic conditions (housing, education, sanitation, and income, among others) are determinants and social conditioning factors for the transmission of T. cruzi (1) (10) (11) (19) (20) (21) (22) (23) . Infected populations are vulnerable to varying degrees of neglect, expressed by overlapping and increased exposure to other diseases, conditions and injuries; lower coverage for preventive interventions; a higher likelihood of illness; less access to a network of health services, to secondary and tertiary health care, and to other services; poor quality of primary care services; lesser likelihood of receiving essential treatments; and greater likelihood of developing severe forms of the disease with increased risk of progression to death (24) .…”

“…João Carlos Pinto Dias [1] , Alberto Novaes Ramos Jr [2] , Eliane Dias Gontijo [3] , Alejandro Luquetti [4] , Maria Aparecida Shikanai-Yasuda [5] , José Rodrigues Coura [6] , Rosália Morais Torres [3] , José Renan da Cunha Melo [3] , Eros Antonio de Almeida [7] , Wilson de Oliveira Junior [8] , Antônio Carlos Silveira [9] , Joffre Marcondes de Rezende [10] , Fabiane Scalabrini Pinto [11] , Antonio Walter Ferreira [12] , Anis Rassi [13] , Abílio Augusto Fragata Filho [14] , Andréa Silvestre de Sousa [15] , Dalmo Correia [16] , Ana Maria Jansen [6] , Glaucia Manzan Queiroz Andrade [3] , Constança Felícia De Paoli de Carvalho Britto [6] , Ana Yecê das Neves Pinto [17] , Anis Rassi Junior [13] , Dayse Elisabeth Campos [18] , Fernando Abad-Franch [1] , Silvana Eloi Santos [3] , Egler Chiari [19] , Alejandro Marcel Hasslocher-Moreno [15] , Eliane Furtado Moreira [20] , Divina Seila de Oliveira Marques [21] , Eliane Lages Silva [22] , José Antonio Marin-Neto [23] , Lúcia Maria da Cunha Galvão [19] , Sergio Salles Xavier [24] , Sebastião Aldo da Silva Valente [17] , Noêmia Barbosa Carvalho [25] , Alessandra Viana Cardoso [26] , Rafaella Albuquerque e Silva [26] , Veruska Maia da Costa [26] , Simone Monzani Vivaldini …”

Occurrence and distribution of triatomines (Hemiptera: Reduviidae) in municipalities of the Northeastern region of Minas Gerais State, Brazil

“…In 2006, Brazil was certifi ed as free from Trypanosoma cruzi transmission by Triatoma infestans, the country's main vector of this parasite. In this context, other species have become increasingly important in Chagas disease epidemiology, mainly owing to anthropic pressure on their natural ecotopes (2) .…”

“…Triatoma sordida is currently the most captured species in Brazil (2) , with peridomiciliary habit and notable ornithophilic behavior that favors the establishment of great colonies in outbuildings, especially in henhouses, where re-infestations often occur despite constant intervention (11) . In the DRHS region, the species comprised 41.6% of the specimens captured, with only 0.9% infected by trypanosomatids.…”

“…Despite their preference for wild habitat, reports of R. neglectus, P. diasi, and P. geniculatus in domiciliary environments have increased, the last even being involved in the transmission of Trypanosoma cruzi to humans (2) (15) . Triatoma arthurneivai is a species rarely found in domestic and sylvatic environments and its reports are restricted to Southern Espinhaço Mountain Range (15) .…”