Descreve-se um caso de calazar grave resistente a dez cursos de antimonial petitavalente (glucantime) à base de 20mg de SWkg/dia, que respondeu favoravelmente ao sulfato de aminosidine intramuscular na dose de 20mg/kg/dia por 2 0 dias, repetido após 20 dias. O parasitismo esplénico passou de 5 0 parasitos por campo a 3 parasitos em 10 campos logo após a primeira série de sulfato de aminosidine, tornando-se negativo depois de sete meses. A melhora clínica foi imediata, com redução gradual da hepatoesplenomegalia, e desaparecimento 2 6 meses após. Neste período aumentou 13 kg. Após o uso de aminosidine a reação de Monténégro tornou-se positiva e as células mononucleares responderam quando estimuladas com antígenos de leishmânia.Palavras-chaves: Aminosidine no calazar. Calazar resistente ao glucantime.
Calazar grave.A p e s a r da m a io ria d os p a c ie n te s c o m le ish m a n io se v isc e ra l resp on d er adequadamente ao tratamento com antimonial pentavalente, tem surgido casos de resistência a este medicamento em várias partes do mundo12 71617 tornando a terapêutica difícil e dispendiosa. Este problema tem ocorrido especialmente na província de Bihar (índia) onde existem centenas de pessoas com leishmaniose visceral resistente ao tratamento com antimonial pentavalente1517. Apesar do calazar neotropical continuar com boa resposta a esta medicação, tem surgido no Brasil casos de resistência tanto aos antimoniais como à pentamidina e anfotericina B 19. Por isto, tem-se buscado outros fármacos10 13 para fazer face a este problema.Neste trabalho relata-se um caso de leishmaniose visceral grave, resistente ao tratamento com antimonial pentavalente (glucantime) e à associação de antimonial pentavalente mais gama interferon que foi tratado com sulfato de am inosidine4 5 e considerado curado após 26 mêses de seguimento.