Medida da infestação domiciliar por Triatoma sordida

Cuticular hydrocarbons of triatomines

“…O ecletismo na escolha de fontes de alimentação, a tendência de invadir o ambiente domiciliar e a competência vetorial em laboratório, faz com que T. sordida possua um potencial epidemiológico considerável. Barretto (1971Barretto ( , 1976; Forattini et al (1973);Forattini (1980); Carcavallo et al (1988); Dias (1988); Schofield (1994) e Noireau et al (1997Noireau et al ( , 1998 relataram, que esta espécie é comumente encontrada infectada por T.cruzi. Além disso, T. sordida apresenta extrema facilidade em estabelecer colônias em ambiente peridomiciliar e às vezes no domicílio, podendo assumir papel na transmissão da tripanosomíase (Diotaiuti et al, 1995;Noireau et al, 1997;Noireau et al, 1998), sobretudo em áreas onde tenha sido efetuado o programa de erradicação de T. infestans.…”

“…Nos dias de hoje, frente ao franco processo de globalização se faz necessária a maior compreensão dos mecanismos de adaptação e de endemicidade de muitos insetos relacionados com a transmisão de doenças, em especial daquelas que afetam as faixas mais pobres das populações, para que hipóteses consistentes que reunam a integração de diferentes setores da sociedade possam desenvolver ações preditivas de controle sobre possíveis locais de transmissão, o vetor e sua ecologia (Forattini et al, 1973;Pires et al, 1998;Peterson, 2006). As condições ambientais atuam como fatores determinantes para a distribuição geografica, densidade espaço-temporal dos agentes patógenos, vetores e hospedeiros.…”

“…Espécies de triatomineos como T. sordida, tem suas populações classificadas como indivíduos de ampla valência ecológica, e ampla capacidade de dispersão, com características ubiquistas, que apresentam satisfatória adaptação aos ambientes em situação de entropia, com comprovada tendência invasivas, aliada a forte capacidade em fundar colônias tanto em ecótopos silvestres como em ecótopos artificiais em um gradiante de ocorrência que atingem desde áreas frias e secas do Gran Chaco até áreas mais quentes e úmidas do corredor Pantanal-Cerrado-Caatinga (Corrêa & Ferreira, 1959, Forattini, 1973Diotaiuti et al, 1995;Diotaiuti et al,1998;Noireau et al, 1997;Silva et al, 2005;Oliveira & Silva, 2007). Como as adaptações locais são susceptíveis de envolver divergências de alguns genes entre as populações e estas divergências irão se revelar ao longo do tempo (Hewitt, 2011), a ocorrência de T. sordida em diferentes ecótopos, e até mesmo em áreas de superposição com três espécies afins, torna-se problemática tanto para o conhecimento da real distribuição geográfica, quanto para o diagnóstico específico (Gorla et al, 1993;Diotaiuti et al, 1993).…”

“…O histórico da competência vetorial de T. sordida oscila sua importância epidemiológica no âmbito da saúde pública; os registros apontam que nos últimos 40 anos esta espécie tem sido comumente encontrada infectada por T. cruzi (Barretto 1971(Barretto , 1976Forattini 1973Forattini , 1980Carcavallo et al, 1988;Dias 1988;Schofield 1994;Noireau et al, 1997Noireau et al, e 1998. Porém as taxas de infecção são mais reduzidas nas unidades domiciliares pelo seu hábito predominantemente ornitofílico (Diotaiuti et al,1993;Guarneri et al, 2000).…”