Ensino De Estratégia Em Mbas Executivos E Mestrados Profissionais: O Papel Negligenciado Da Execução

Estudos Acadêmicos No Ensino De Estratégia Pelos Programas Pós-Graduação De Universidades Brasileiras

“…Segundo Carneiro (2019), muitos livros e textos voltados ao público executivo não fornecem estrutura de alto nível que possibilitaria o pensamento crítico e sistêmico necessário na execução de estratégia. Carneiro (2019, p. 62) argumenta a respeito da disciplina de estratégia empresarial em programas latu sensu, que: os estudantes, em seus cursos de mestrado e de doutorado, não são formalmente expostos a modelos de execução da estratégia -até porque a literatura carece de tais modelos [...] e aos desafios inerentes à execução, quando se tornam professores de MBAs, acabam por abordar apenas tipologias de posicionamento competitivo.…”

“…Segundo Carneiro (2019), os livros-texto de Estratégia e os artigos conceituais ou empíricos abordam temáticas de posicionamento competitivo (MINTZBERG, 1988;PORTER, 1985) e decisões de estratégia corporativa, como diversificação e verticalização (BARNEY, 2010): "mas raramente abordam que o desenvolvimento de uma posição competitiva sustentável", uma vez que "tanto a formulação do plano quanto a sua execução dependem de pessoas -que trazem consigo limitações, vieses, angústias e interesses próprios" (CARNEIRO, 2019, p. 63). Nas organizações, "Há necessidade de se intensificar os programas dirigidos para a capacitação de habilidades de lideranças e desenvolvimento das gerências operacionais" no cenário da gestão dos estrategistas (PADILHA; CÂMARA; LIMA, 2019, p. 20).…”

“…O estudo realizado por Aguinis et al (2019), por exemplo, propõe entender como se dá a transferência de conhecimento e o impacto das fontes de referências (artigos científicos, capítulos de livros e revistas) em livros utilizados no ensino superior, tendo o aluno como interesse central. Por outro lado, a literatura sobre o ensino de administração tem apontado algumas questões didáticas relevantes de serem aprimoradas nos diferentes níveis do ensino superior brasileiro (BULGACOV, 2014;CASTRO, 1981;IKEDA;CAMPOMAR;VELUDO-DE-OLIVEIRA, 2008;VIZEU;GONÇALVES, 2010), tais como as formas de ensino da Estratégia em cursos de pós-graduação (BULGACOV, 2014;CARNEIRO, 2019;VILLAR;WALTER, 2016) ou graduação (BULGACOV, 2014;FÁVERO;VILLAR;WALTER, 2016), como também na graduação e pós-graduação em nível internacional (BOWER, 2008;GRANT, 2008;GREINER;BHAMBRI;CUMMINGS, 2003;DONALDSON;JARZABKOWSKI;WHITTINGTON, 2008;SCHNEIDER;LIEB, 2004). A configuração dos conteúdos da disciplina de Estratégia tem sido desafiadora devido à amplitude de perspectivas teóricas e metodológicas, sujeitas a controvérsias,…”

Ensinando Estratégia Ou Assistindo Game of Thrones ?

“…E a grande questão do ensino em Administração atualmente, reside na necessidade de se repassar conhecimento para o aluno de forma que este assimile o conteúdo e posteriormente consiga gerar diferenciais competitivos no ambiente de trabalho, com isso novas possibilidades de metodologia de ensino passam a ser utilizadas, como é o caso do cinema (SZYLIOWICZ;GREEN, 2019). Carneiro (2019) registra que a maior parte dos livros-texto e dos artigos sobre estratégia assume, implicitamente, que o posicionamento competitivo é desenvolvido de maneira racional e sistematizada, como produto de um exercício de avaliação estruturada das oportunidades e ameaças do ambiente externo (macroambiente e estrutura da indústria), das forças e fraquezas da empresa, e de seus recursos e competências, ou seja, fortalecendo a corrente do pensamento elaborado por Michael Porter.…”