Reabilitação vocal de laringectomizados com prótese traqueoesofágica

Abstract

Material: No período de 23 de fevereiro de 1999 a junho de 2000 foram estudados 23 pacientes submetidos à laringectomia total que receberam a prótese traqueoesofágica do tipo Blom-Singer Indeweling Low Presure, sendo 22 pacientes do sexo masculino, com faixa etária variando de 40 a 80 anos. O tempo de acompanhamento variou de 150 a 462 dias. Um paciente era do estádio clínico I, com comprometimento da comissura posterior; um, do estádio II, com lesão na subglote; 13, do estádio III; e sete do IV. Forma de estudo: Prospectivo clínico não randomizado. Método: A prótese foi locada concomitante à laringectomia em sete pacientes; secundariamente, com anestesia geral, em cinco; e, por endoscopia digestiva alta, sob sedação e anestesia local, em quatorze. Foram estudadas as complicações decorrentes da colocação e uso da prótese vocal, avaliação da qualidade da voz e da inteligibilidade de fala, utilizando parâmetro perceptivo-auditivo, antes e depois da fonoterapia e do tempo necessário para reabilitação vocal. Resultados: Houve três complicações pós-operatórias relacionadas com procedimento cirúrgico terapêutico, que impossibilitaram a reabilitação vocal; dos vinte possíveis de serem reabilitados com a prótese, dezoito se reabilitaram com índice de 90% de sucesso. O tempo médio para reabilitação variou de um a 65 dias. Conclusão: Concluímos que as complicações decorrentes da colocação e uso da prótese não inviabilizaram o sucesso do método; o tempo médio para aquisição da voz foi de sete dias; a qualidade vocal e a inteligibilidade de fala apresentaram melhora após a realização da fonoterapia, sem diferença estatística significativa; e a colocação secundária da prótese vocal, utilizando nova técnica, por endoscopia digestiva alta, mostrou-se mais eficaz em relação às técnicas convencionais.

Resultado do tratamento cirúrgico das neoplasias do seio piriforme

“…Nos tumores de estádio III e IV da faringe e laringe, embora o prognóstico seja grave, o tempo de sobrevida é freqüentemente prolongado para justificar uma terapêutica agressiva na tentativa de ablação do tumor e reconstrução dos defeitos advindos dessa conduta. A reconstrução deve ir além de um simples tubo que permita a passagem de saliva, permitindo a reabilitação vocal e a deglutição o mais próximo do alcançado no pós-operatório de uma laringectomia tradicional com fechamento primário 5,6 .…”

“…Uma característica dos tumores do seio piriforme é o fato de exigir no curso do seu tratamento a atuação de equipe multidisciplinar, envolvendo cirurgião de cabeça e pescoço, cirurgião plástico, cirurgião do tórax, oncologista, radioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista e psicólogo na tentativa de melhorar a sobrevida e a qualidade de vida destes pacientes 1,3,5,6 .…”

"Qualidade de vida e a satisfação da comunicação do paciente após a laringectomia total: construção e validação de um instrumento de medida"

“…De acordo com Stefanelli (1993) (Costa et al, 2001;Kruschewsky et al, 2002;Happ et al, 2004), cabe ressaltar que as possíveis complicações, como vazamentos salivares ao redor da prótese ou pelo interior da mesma, os granulomas e as infecções fúngicas, também são citadas pelos mesmos autores. O uso da quimioterapia em câncer de laringe fora de protocolos de pesquisa é ainda controverso; de maneira geral, pode-se dizer que: o uso da quimioterapia concomitante com a radioterapia é mais eficiente do que estes tratamentos separados; o efeito mais reconhecido do uso combinado de quimioterapia mais radioterapia é o de poder preservar a função em tumores avançados (pode permitir cirurgias menores); a maioria dos estudos sugere que o uso da quimioterapia não aumenta a sobrevida, embora seja boa a taxa de resposta objetiva inicial (CARVALHO, 2001).…”

Scientific Evidence Regarding the Quality of Life of Total Laryngectomees

“…Among the disadvantages of TEPs is their high cost, especially in developing countries, [15,10] the need of monitoring by the surgeon for the maintenance and replacement of the prosthesis, and the need to use one hand for occlusion of the tracheostoma [16]. Attention should also be paid to the integrity of the pharyngoesophageal segment, the size of the valve, the solution of leakage problems, and fungal infestation, which continue to be problems despite the advances in the design of the prostheses [10].…”