RESUMOEstudo bibliográfico com o objetivo de refletir sobre a atenção de enfermagem à criança vítima de violência familiar a partir da análise da produção científica acerca desta temática. Foram analisadas 37 publicações (08 nacionais e 29 internacionais) indexadas (BDENF; LILACS e MEDLINE), localizadas no período de 1993-2003. A utilização da técnica de análise de conteúdo possibilitou a categorização do conhecimento em três núcleos temáticos: diagnóstico, capacitação do enfermeiro e atenção de enfermagem à criança vítima de violência familiar. Não se visualizou um crescimento significativo da produção científica da Enfermagem enfocando este tema nos últimos anos. Descritores: Violência doméstica; Criança; Enfermagem pediátrica.
ABSTRACT
INTRODUÇÃOO enfrentamento da violência e suas conseqüências têm sido um desafio para os profissionais de saúde, embora não seja um problema específico desta área. As crianças estão incluídas entre os grupos humanos mais vulneráveis aos eventos violentos e muitas vezes estas situações ocorrem no contexto familiar, caracterizando-se como um problema de grande relevância social e científica.Algumas pesquisas nacionais têm possibilitado antever a elevada prevalência de violência familiar na infância. Um estudo que permite evidenciar esta realidade foi realizado em 1990(1) com 1328 adolescentes matriculados em escolas num Município do Estado do Rio de Janeiro. Este trabalho constatou que 52,8% dos adolescentes sofriam violência física de um ou de ambos os pais. Entre as práticas violentas citadas destacaram-se: tapas, bofetões, tentar bater ou bater com objetos, ameaçar ou ferir com armas. Outro estudo (2) mais recente, investigou 1685 adolescentes estudantes de escolas públicas e particulares de São Gonçalo/RJ, constatando que 14,6% dos entrevistados sofrem violência física severa de pai ou mãe (atos como chutar, morder ou dar murros, espancar, ameaçar ou efetivamente usar arma de fogo ou arma branca); 11,8% testemunharam ou vivenciaram