Resumo As discussões sobre o currículo de enfermagem remontam o início do século XX, trazendo tentativas de reorganizar o ensino desta área. As primeiras escolas tiveram o ambiente hospitalar e o modelo biomédico como aporte para o ensino e a assistência. Com a expansão da assistência médicohospitalar, afloraram os discursos da enfermagem como profissão comprometida com a ciência. Por muitos anos, predominou uma formação tecnicista, com aprimoramento da atenção curativa levando ao descompasso com as necessidades de saúde da população. Com o ideário da Reforma Sanitária nos anos 80, a enfermagem procurou articular as dimensões clínicas e epidemiológicas sob a perspectiva do coletivo, culminando na adoção de novas matrizes curriculares. Em 2001, a publicação das diretrizes curriculares preconizou uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Porém, as leituras e os significados sobre as propostas das diretrizes podem sofrer interferências locais, produzindo discussões, resistências e enfrentamentos, compondo outras subjetividades acerca desse profissional. Assim, nossa proposta é articular a (re)construção das identidades dos enfermeiros contemporâneos em cenários de propostas e mudanças curriculares nos cursos de graduação em enfermagem, procurando compreender como o passado das matrizes curriculares foi/é trazido para o presente a fim de produzir outras e novas subjetividades. Palavras-chave enfermagem; currículo; ensino da enfermagem; identidade.Abstract Discussions about the curriculum of nursing refer back to the beginning of the twentieth century, bringing attempts to reorganize the teaching methods of this area. The first schools had a hospital environment and a biomedical model as a contribution for education and assistance. With the expansion of medical and hospital care, the concept of nursing was viewed as a profession committed to science. For many years, technical education was predominant, enhancing curative care which lead to the inconsistency of the health needs of the population. With the ideals of the Health Reform in the 80s, nursing tried to articulate the clinical and epidemiological dimensions from a collective perspective, culminating in the adoption of new curriculum matrices. In 2001, the publication of the curriculum guidelines recommended a generalist, humanist, critical, and reflective education. However, the readings and meanings of the proposed guidelines may suffer local interferences, causing discussions, resistances, and confrontations. These elements bring on other subjectivities about this professional. Thus, our proposal is to articulate the (re)construction of contemporary nurses' identities in scenarios of proposals and curricular changes in nursing graduate programs, seeking an understanding of how the past of curriculum matrices was/is brought to the present with the objective of producing other and new subjectivities.