No Brasil, na década de 70, o início dos programas de pós-graduação, mestrado e doutorado, desencadeou estudos acerca do ensino enfocando a ação dos docentes e as abordagens pedagógicas adotadas. Criticam o ensino calcado nos "moldes nightingaliano" de disciplina, hierarquia e treinamento e a adoção da pedagogia da transmissão, como única abordagem de ensino. Criticam também o ensino massificado, restrito em currículos mínimos, sem proporcionar ao estudante tempo e recursos para desenvolver seus conhecimentos e aprender inquirindo, pesquisando e pensando (PIGNATARI, 1976;LUNARDI, 1993;MIRANDA, 1993;LUNARDI, 1994; LIMA, 1994 a, b).A solução proposta exigiria um novo direcionamento para o ensino, favorecendo alternativas para uma prática que satisfaça o profissional e conseqüentemente o cliente (LIMA, 1994 a).No entanto, o ensino da enfermagem brasileira, está inserido num contexto educacional pautado na concepção "bancária" (FREIRE, 1987) e aliado à noção da universidade como organização sistemática de ofertas de aula. Tais influências, dificultam a adoção de novas abordagens, que favoreçam um novo direcionamento na formação do profissional moderno. Essa constatação é também compartilhada por autores de outros países, cujos programas de enfermagem mantêm a adoção da pedagogia tradicional, centrada no professor, cujo paradigma enfatiza o aprender memorizando os fatos, ao invés de encorajar a compreensão e o questionamento (CHIPAS, 1995).Vale destacar entretanto, que apesar da influência que a educação de enfermagem está sujeita, muitos dos seus educadores têm concluído que abordagens tradicionais, embora transmitidas aos alunos por décadas, não são mais aceitas para a realidade atual que exige de seus profissionais, além de competência técnica, a capacidade criativa, de reflexão, de análise crítica e um aprofundamento constante de seus conhecimentos (GUALDA et al., 1995), o que sem dúvida, proporcionará aos profissionais soluções criativas e personalizadas para a tomada de decisões frente ao cliente. Rev. latino-am. enfermagem -Ribeirão Preto -v. 8 -n. 1 -p. 23-30 -janeiro 2000