Influência do tipo de aleitamento materno e da presença de anemia na mãe na concentração de hemoglobina aos 6 meses de idade

Abstract

Objective: To verify the influence of breastfeeding type and of maternal anemia on hemoglobin concentration in 6-month-old infants.Methods: This was a cross-sectional study nested in a community-based, randomized and controlled intervention study that aimed to prolong the duration of exclusive breastfeeding during the first 6 months of life. This study was conducted in four towns in the Brazilian state of Pernambuco and newborn infants were recruited from March to August of 2001. The hemoglobin concentrations of 330 mothers and infants were assayed and type of breastfeeding was assessed 6 months after delivery. Multivariate linear regression analysis was used to identify factors that independently contributed to the infants' hemoglobin concentration. Results:The type of feeding had no influence on the hemoglobin concentration in the sample as a whole, however, there was a significant difference when the "exclusive + predominant breastfeeding" subset of infants was analyzed, with the children of anemic mothers exhibiting a reduction of 0.7g/dL in median hemoglobin. Mothers' hemoglobin level, type of flooring at home, type of delivery, and birthweight all significantly contributed to the variation in the infants' hemoglobin concentration. Conclusions:In contrast with type of breastfeeding, maternal anemia did have an influence on the hemoglobin levels of 6-month-old infants, even when only children on "exclusive + predominant breastfeeding" were analyzed. These findings highlight the need to prevent maternal anemia before conception, during pregnancy and throughout lactation. No conflicts of interest declared concerning the publication of this article.Suggested citation: Teixeira ML, Lira PI, Coutinho SB, Eickmann SH, Lima MC. Influence of breastfeeding type and maternal anemia on hemoglobin concentration in 6-month-old infants. J Pediatr (Rio J). 2010;86(1):65-72.

Impacto da atualização de profissionais de saúde em alimentação infantil na prevalência de anemia em crianças: Ensaio de Campo Randomizado

“…Fatores como a ocorrência de anemia materna durante a gestação 23,24 , o clampeamento do cordão umbilical em tempo inoportuno 25 , a interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo e as práticas alimentares inadequadas 26 expõem a criança ao risco de anemia no primeiro ano de vida, mesmo aquelas nascidas a termo e com peso adequado. Assim, o controle efetivo da anemia ferropriva na infância requer a integração de estratégias no curto, médio e longo prazo, tais como a suplementação de ferro, a fortificação de alimentos básicos e ações governamentais que visam melhorar a segurança e diversidade alimentar com o aumento da biodisponibilidade de ferro dietético 27,28 .…”

Determinantes da anemia em mães e filhos no Brasil

“…Essa assertiva foi constatada por estudos que evidenciaram que filhos de mães anêmicas apresentavam maior risco de também serem anêmicos (Faber et al, 2005;Miglioli et al, 2010;Silva et al, 2008;Sharmanov, 1998). Outros constataram que filhos de mães anêmicas apresentavam nível de hemoglobina significativamente menor que de filhos de mães não anêmicas (Kikafunda et al, 2009;Lai et al, 2006;Teixeira et al, 2010). Assim, para os autores, a associação entre o estado nutricional de indivíduos de uma mesma família sinaliza perpetuação de carências, indicando que os agravos nutricionais provêm das mesmas condições adversas do meio (Martins et al, 2007).…”

“…Quatro estudos não analisaram a relação entre níveis de hemoglobina e/ou prevalência de anemia nas mães e em seus filhos, três nacionais (Batista Filho, Ferreira, 2001;Dias, 2006;Marchi, 2008) e um internacional (El-Shazley et al, 1996). Todos os nove que analisaram tal relação encontraram associação positiva entre concentração de Hb e/ou prevalência de anemia de mães e seus filhos, três nacionais (Miglioli et al, 2010;Silva et al, 2008;Teixeira et al, 2010) e seis internacionais (Adelekan, Adeodu, 1998;Faber et al, 2005;Kikafunda et al, 2009;Lai et al, 2006;Savoie, Rioux, 2002;Sharmanov, 1998).…”

“…No Brasil, os três estudos que evidenciaram associação foram desenvolvidos em Pernambuco (Miglioli et al, 2010;Silva et al, 2008;Teixeira et al, 2010), e os resultados evidenciaram que: mães com anemia tinham chance estatisticamente mais elevada de terem filhos menores de cinco anos na mesma condição, e a probabilidade de mães anêmicas terem filho anêmico era de 66% contra 46% para mães não anêmicas; média de Hb de filhos de mães anêmicas significativamente menor que de filhos de mães não anêmicas e entre filhos em aleitamento materno exclusivo/predominante (mediana de Hb 0,7g/dL menor entre filhos de mães anêmicas, em relação ao de filhos de mães não anêmicas); risco 1,44 vezes maior de filhos de mães anêmicas desenvolverem anemia, em relação aos filhos de mães não anêmicas.…”

“…Em relação às evidências sobre os determinantes sociais da anemia em mães e filhos, do total, nove estudos analisaram tal associação, quatro nacionais (Marchi, 2008;Miglioli et al, 2010;Silva et al, 2008;Teixeira et al, 2010) e cinco internacionais (El-Shazley et al, 1996;Kikafunda et al, 2009;Lai et al, 2006;Savoie, Rioux, 2002;Sharmanov, 1998). Desses, apenas um não encontrou associação (Savoie, Rioux, 2002).…”