A existência de tuberculose na infância é um bom indicador da extensão da doença bacilífera e daineficiência do controle do agravo na população adulta. Objetivo: descrever o perfil clínico eepidemiológico de crianças e adolescentes que evoluíram clinicamente com tuberculose. Método:Realizou-se um estudo retrospectivo de levantamento de dados de prontuários envolvendo todos ospacientes com o diagnóstico de tuberculose, assistidos na unidade de internação e ambulatório depneumologia de um Hospital Infantil da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, SP, Brasil, noperíodo de 31/07/2005 a 31/07/2010. Resultados: Foram diagnosticados 45 casos de tuberculose,a maioria na faixa etária de menores de 4 anos de idade e adolescentes, todos vacinados com BCGID. A forma clínica mais comum foi a pulmonar seguida da pleural e meníngea. Dos casos atendidos,98% procuraram o hospital espontaneamente para investigação diagnóstica. Tosse e febre foram ossintomas mais relatados. Dos casos levantados, 18 (40%) possuíam contatos intradomiciliares comadultos portadores de tuberculose pulmonar. As características radiológicas mais encontradas forama opacidade e o derrame pleural. Dos casos investigados 32,5% apresentaram positividade paraidentificação de micobactéria. A maioria dos pacientes era fortes reatores à prova tuberculínica. Atuberculose na infância é um aspecto negligenciado, na maioria das vezes, na avaliação decomunicantes de um adulto com tuberculose pulmonar bacilífera. Frequentemente as crianças sãoassistidas quando apresentam sintomas da doença já instalada. O controle de comunicantes é umaforma precoce e eficiente de diagnosticar e tratar crianças com tuberculose, reduzindo o sofrimentoe diminuindo a chance de aparecimento de formas graves da doença.