Cooperação científica internacional: estilos de atuação da Fundação Rockefeller e da Fundação Ford

Abstract

"Dificilmente se pode encontrar uma instituição tão assemelhada à face mitológica de Jano como a ajuda externa" (Hirschman, 1971, tradução das autoras) INTRODUÇÃOA conformação de campos científicos tem sido, em grande medida, uma tarefa realizada por algumas agências de fomento, denominadas internacionais. As agências internacionais foram adquirindo prestígio, cada vez mais reconhecidas como atores importantes em seus países de origem e também fora deles, influenciando a formação de distintas áreas do conhecimento.A atuação dessas agências, em grande medida, tem se dado a partir da idéia de cooperação internacional, o que na teoria significa troca de saberes entre os financiadores e os receptores da doação, e na prática um interesse no estado da arte da ciência em diferentes países. A cooperação internacional é um fenômeno em expansão, isto é, cresce com as atividades científicas. Pesquisadores de países em desenvolvimento têm se beneficiado dessa cooperação na medida em que a colaboração envolve um número significativo de programas -desde pesquisas na área de ciência, de tecnologia, conferências e reuniões científicas, compras de equipamentos, formação profissional e a concessão de bolsas de estudos para instituições estrangeiras.

Foundations and philanthropic organizations in the development of new science and technology: the case of micro-and nanotechnology in Mexico

“…3 Cueto, 1997;Harwood, 2009;Fitzgerald, 1994, Faria andda Costa, 2006;Solórzano, 1994), in Africa (Shrum, 2000;Toenniessen et al, 2008), in Asia (Brown, 1980) and in Europe (Stapleton, 2003;Buxton, 2003: Guilhot, 2007. Within this literature, the place occupied by philanthropic organizations in scientific and technological development shows them to be important actors in the periods during the First and Second World Wars, as well as during the Cold War (Abir-Am, 2002).…”

“…In some of the studies that we have reviewed, the fields where philanthropic foundations intervene are seen to have great potential and where the knowledge produced shows a high degree of discipline. Furthermore, political and social changes in the contexts of action are elements that also must be taken into account by those organizations when arriving at definitions and making adjustments to support strategies relevant to the development of new sciences and technologies (Arnove and Pinede, 2007;Faria and da Costa, 2006). Two other interesting points we have already mentioned are in regard to the implementation of new institutional science models (Fitzgerald, 1994) and the construction and maintenance of hegemony over less developed countries (Parmar, 2002a and2002b;Cueto, 1994).…”

Cooperação Científica Internacional dos Grupos de Pesquisa em Secretariado Executivo do Brasil

“…As atividades de professores, estudantes e pesquisadores nas quais existe alguma forma de envolvimento de cooperação internacional são cada vez mais frequentes, ou seja, trata-se de um fenômeno em expansão (Faria & Costa, 2006). Entre as possibilidades de inserção e/ou mobilidade internacional, podem-se relacionar: a) participação de pesquisadores em projetos de pesquisa com colegas estrangeiros; b) participação em eventos, reuniões e bancas no exterior; c) desenvolvimento de expedições e missões internacionais de pesquisa, a partir de convênios firmados entre pesquisadores de diferentes países; d) bolsas de estudos e intercâmbios para formação de estudantes de graduação e pós-graduação, a exemplo dos doutorados-sanduíche e do Programa Ciência sem Fronteira; e) apresentação de trabalhos no exterior; f) publicações científicas em eventos ou periódicos internacionais; g) atuação de pesquisadores como professores visitantes em programas stricto sensu no exterior; h) programas de bolsas para estudantes para atuação em empresas/organizações no visualizada como um empreendimento que envolve metas comuns, esforços coordenados e produtos (trabalhos científicos) com responsabilidade e mérito compartilhados, a colaboração científica manifesta-se como uma postura positiva e que deve ser valorizada (Cruz et al, 2011, p. 66).…”

A Pesquisa como Prática Social: um Estudo sob a Perspectiva Bourdieusiana

“…Com a chegada dos portugueses e da razão iluminista de intenções colonialistas, as ciências agrárias foram priorizadas tendo em vista o potencial botânico e agronômico do país para economia lusitana. A partir da segunda metade do século XX as novas investidas neocolonialistas impulsionaram as ciências agrárias no país a partir da interferência financeira de instituições privadas nas escolas de agronomia, universidades e institutos de pesquisa e extensão e das parcerias entre essas instituições privadas e empresas governamentais para a disseminação do modelo da revolução verde (FITZGERALD, 1994;FARIA;COSTA, 2006).…”