Com o advento do L-Dopa e da Amentadina, a cirurgia estereotáxica vem sendo cada vez menos indicada no tratamento do parkinsonismo. Entretanto, nossa experiência em 91 casos de parkinsonismo 8 , assim como a de vários autores 6 , mostra que ainda existem indicações para a cirurgia nos casos de tremores unilaterais sem rigidez e nos casos cujo tratamento clínico não tenha determinado resultados satisfatórios quanto ao tremor.Neste tipo de cirurgia a dificuldade maior diz respeito à exatidão com que deve ser atingido o alvo visado. Este alvo é delimitado, pela maior parte dos cirurgiões apenas pela radiologia, com o risco de complicações mais ou menos graves que podem ser evitadas, conforme mostram Guiot e col., mediante a delimitação exata do alvo visado. Em uma secção sagital (Fig. 1), a zona de destruição eficaz tem a forma de um triângulo limitado, posteriormente, pelo núcleo ventral posterior (V.P.), inferiormente pelo corpo de Luys (L) e, anteriormente, pela cápsula interna. Em secção horizontal (Fig. 2) o alvo é limitado pela cápsula interna, pelo núcleo ventral posterior e, internamente, por uma linha que segue o plano da lâmina medular interna, com o feixe de Vicq'Azyr (AZ) e o pedúnculo anterior do tálamo, cujas lesões levam à confusão mental e afonia, respectivamente. Enfim, em secção frontal (Fig. 3) com a forma de uma cornucopia, encontra-se internamente o núcleo dorsal mediano (DM) cuja lesão provoca distúrbios mentais, lateralmente a cápsula interna e, inferiormente, a zona incerta (Zi) e o campo de Forel.Vários foram os recursos empregados na talamotomia estereotáxica afim de serem determinados com exatidão os núcleos talâmicos ventrais (estimulação elétrica, refrigeração localizada 2 , registro das atividades elétricas celulares 5 ).
MATERIAL E MÉTODOSO registro das atividades elétricas celulares, com pesquisa de potenciais evocados, proposto por Guiot e col.