Ensaio clínico com novo antidepressivo (Doxepin) em pacientes internados

Abstract

O ensaio clínico com psicotrópicos apresenta problemas cruciais. A ação lenta e os efeitos indesejáveis dificultam muitas vezes a instituição de tratamentos sabidamente eficazes, se persistentes e adequados, nas síndromes depressivas agudas, com ansiedade associada a inquietação psicomotora. Por isso faz-se necessário o estudo constante de novas substâncias, notadamente se produzirem efeitos antidepressivos rápidos ou se forem destituídas de manifestações intensas e desagradáveis. Doxepin é o nome do novo antidepressivo sintetizado por Stach e Beckelheup e cuja fórmula indica parentesco muito próximo com a amitriptilina: 11-(3-dimetil-amino-propilideno-6 11-dihidroxi-dibenz-b-e-oxepin). É um anticolinérgico que exerce ação ativadora e que, em doses adequadas, apresenta efeitos tranqüilizantes 4 . Os primeiros resultados da utilização clínica apontaram ação antidepressiva acentuada e, ponto muito importante, efeitos secundários desprezíveis 3 . Comparado à amitriptilina, mostra-se com ação mais rápida e com melhor tolerância x > 2 > 5 . A ação ansiolítica e ataráxica é outro fator positivo assinalado nos ensaios clínicos que nos precederam, tornando-a eficaz também na inquietação e na insônia, sintomas freqüentemente associados à depressão fundamental. Assim sendo, a reunião de propriedades antidepressivas e ansiolíticas estimulou nosso interesse em testar a droga num grupo de pacientes internados. MATERIAL, MÉTODOS E RESULTADOSForam estudados 17 pacientes, sendo 10 do sexo feminino e 7 do sexo masculino. Todos eram de côr branca. A idade ficou compreendida entre 16 e 76 anos, sendo que 10 casos estavam na faixa de idade entre 40 e 60 anos. Em 8 casos foi feito o diagnóstico de psicose maníaco-depressiva, em 7 de depressão psiconeurótica e, em dois, de depressão involutiva. Em um caso a depressão psiconeurótica estava associada a epilepsia e, em um caso, a depressão involutiva estava associada a arteriosclerose generalizada.