Ainda são válidas as palavras dé Masquin e Trelles 20 , escritas em 1949: "a questão da sensibilidade profunda da face (vibratória, muscular, artrocinética) não está resolvida". Apesar dos progressos da neurologia clínica, das pesquisas anatômicas e dos estudos de neurofisiologia, o problema permanece controvertido. As incertezas giram em tôrno, não só dos nervos cranianos implicados, como dos núcleos centrais em que se originam os deutcneurônios que levam os estímulos sensitivos ao núcleo ventral póstero-medial do tálamo.Uma revisão da literatura, necessàriamente incompleta, revela os seguintes pontos de vista sôbre o assunto.Segundo Ranson e Clark 27 , os prolongamentos periféricos das células do gânglio geniculado, integrantes do nervo facial, constituem vias aferentes viscerais gerais relacionadas com a sensibilidade proprioceptiva dos músculos da face; os prolongamentos centrais, integrantes do nervo intermédio e de parte do trato solitário, terminam neste núcleo bulbar; as fibras aferentes somáticas gerais do ramo mandibular do trigêmeo levam, até seu núcleo mesencefálico, a sensibilidade proprioceptiva dos músculos mastigadores.Keiller 18 , entretanto, admite que tôda a sensibilidade proprioceptiva da face convirja para o núcleo pontino do trigêmeo, dada sua semelhança estrutural com o núcleo grácil. Russell Brain 4 também opina que nesse nú-cleo terminam as sensibilidades à pressão e postural da face, além da tátil.Arana fñiguez e Rebollo 2 , porém, estabelecem homologia anátomo-funcional entre o núcleo mesencefálico e os núcleos grácil e cuneiforme. Keiller 18 confessa que a função do núcleo peduncular do trigêmeo é desconhecida e Grinker 16 acredita que êle "talvez" receba os impulsos proprioceptivos dos músculos mastigadores.