Cisticercose do IV ventrículo. Considerações anátomo-clínicas e sôbre a terapêutica cirúrgica

Abstract

A neurocisticercose é, sem dúvida, capítulo dos mais destacados da patologia tropical. Mercê de número relativamente grande de casos que têm aparecido em nosso meio, particularmente, dos progressos que têm sido feito nos conhecimentos a respeito de seu diagnóstico e de sua patologia, alguma cousa já conseguimos progredir em sua terapêutica. Conquanto ainda de resultados muito incertos, dadas as características próprias da moléstia, a extirpação cirúrgica do parasito pode ser esperada como algo promissor. O progresso em seus resultados depende naturalmente do progresso em nossos conhecimentos a respeito da própria moléstia, de suas formas anátomo-clínicas, e do estudo em evolução dos casos tratados desta maneira. Tal é o escopo do presente trabalho. O PROBLEMA ANATOMO-CLÍNICO DA NEUROCISTICERCOSEO cisticerco, desenvolvendo-se em contacto com o sistema nervoso central, ou com as meninges, determina reações mais ou menos intensas, dependentes do tempo de infestação, da sua intensidade, da eventualidade de estar o parasito vivo ou morto e, também, de sua localização. Esta se faz com maior freqüência nos espaços leptomeníngeos -em particular no espaço silviano ou na base do cérebro -ou sobre a substância cinzenta cerebral em contacto com as meninges; em menor número de casos ela é puramente parenquimatosa, mas preferentemente na substância cinzenta cerebral, córtex e núcleos cinzentos centrais.Em ambas eventualidades o cisticerco desempenha ação nefasta local e à distância, determinando reações focais e reações à distância. As primeiras se apresentam, de início, como fenômenos inflamatórios de características mais ou menos agudas e, posteriormente, como manifestações crônicas, com intensa proliferação conjuntiva e reação glial,

Fourth ventricle computed tomography indexes: standardisation and characteristics in neurocysticercosis

“…Thus, could be selected 80 patients that formed the GN, constituted by 8 patients in MI 1 , 22 in MI 2 , 16 in MI 3 , 4 in FI 1 , 20 in FI 2 and 10 in FI 3 . Except for normal CT, the above CG mentioned inclusion criteria were included.…”

“…Although pathogenesis remain in the field of controversies, this picture could happen as before as after the installation of ventricular shunting 1,2 . Clinical manifestations are variable, happening from an acute posterior fossa syndrome, sometimes associated with abrupt alterations of the humour 3 , until a progressive dilation of IV th v as a casual computerized tomography (CT) finding 4 . Usually, the diagnosis occurs in the presence of IV th v dilation being the other cameras moderately increased or normal 5 .…”

Surgical treatment of cerebral cysticercosis: long-term results and prognostic factors

“…Most of our patients with inflammatory obstruction of CSF circulation underwent VP shunt placement because previous experience 6,17,18,37,45,46 has shown that these patients do not benefit from a direct approach to the posterior fossa for lysis of the inflammatory reaction, which recurs within a short time (generally a few weeks), and to avoid serious complications. 17,18 The placement of a VP shunt has been considered the best treatment in patients with hydrocephalus due to inflammatory obstruction caused by cysticercosis, allowing for resolution of increased ICP in 50 to 90% of cases.…”

Neurocisticercose

“…Como já referido anteriomente, as manifestações clinicas dependem do local acometido, da fase de desenvolvimento do cisto e da reação inflamatória conseqüente h degeneração do mesmo, variando desde o paciente assintomitico cujo diagnóstico pode ser um achado de exame ou necropsia, até casos graves de hipertensão intra-craniana, eventualmente fatal, passando pelos quadros mais freqüentes de crises epilépticas, quadros neurológicos focais ou difusos (com ou sem alterações qualitativas ou quantitativas da consciência), hidrocefalia e meningites crônicas. (32,41,57,58) A fase de instalação das oncosferas no parenquima cerebral costuma ser assintomática, exceto nos casos de infestações maciças em que raramente podem ocorrer manifestações clinicas decorrentes do edema cerebral, ou eventualmente crises epilépticas. O cisticerco maduro desenvolve-se cerca de 2 a 3 meses após e permanece vivo, também denominado viável, por cerca de 2 a 10 anos.…”