Diarréia nosocomial em unidade de terapia intensiva: incidência e fatores de risco

Abstract

Resumo -Racional -Diarréia nosocomial parece ser comum em unidades de terapia intensiva, embora sua epidemiologia seja pouco documentada em nosso meio. Objetivo -Determinar a incidência e fatores de risco de diarréia entre pacientes adultos internados em unidade de terapia intensiva. INTRODUçãOA ocorrência de diarréia em pacientes criticamente enfermos parece ser muito comum, independente da causa de admissão inicial à unidade de terapia intensiva (UTI) (44) . Não obstante, as taxas relatadas de diarréia ocorrendo nas UTIs variam de forma ampla (2% a 95%) (43) . Fatores que justificam pelo menos, parcialmente, esta grande variação incluem a falta de padronização na definição de diarréia e a seleção dos pacientes (27) . Por exemplo, KELLY et al. (22) observaram prospectivamente que 41% dos pacientes em uma UTI tiveram diarréia, definida com base na eliminação diária de pelo menos três ou quatro evacuações líquidas. Outros autores relataram que aproximadamente um terço dos pacientes admitidos em UTI desenvolveram diarréia durante sua hospitalização (38) . A diarréia nosocomial pode ter importantes implicações clínicas e econômicas. Assim, pacientes que contraem diarréia hospitalar apresentam aumento significativo (8 dias, em média) em seu período de internação e, conseqüentemente, nos custos hospitalares (13,31,41) . Em adição, esses pacientes poderão ter suas feridas cirúrgicas contaminadas pelo material fecal, além de permanecerem por mais tempo expostos a outras infecções nosocomiais, podendo inclusive apresentar taxa de mortalidade maior que aqueles sem diarréia (31) . Além disso, neste cenário, na vigência de uma causa infecciosa, existe o risco de disseminação da doença pelo setor, com acometimento de outros pacientes (13) . Dentre as causas identificáveis (ou contribuintes) de diarréia na UTI se destacam: medicações prescritas, nutrição artificial, infecções, impactação fecal, isquemia ou fístula intestinal, septicemia, hipoalbuminemia, dentre outras (17,28,38) . Diversos fatores de risco aumentam a incidência de diarréia em pacientes internados em UTI. BLEICHNER et al. (7) , em estudo prospectivo multicêntrico realizado em 11 UTIs, identificaram através da análise multivariada, os seguintes fatores de risco de diarréia nestes setores: febre ou hipotermia, desnutrição, hipoalbuminemia e presença de um local de infecção.

Effect of Psyllium Fiber Supplementation on Diarrhea Incidence in Enteral Tube‐Fed Patients: A Prospective, Randomized, and Controlled Trial

“…Nosocomial diarrhea is a common condition in hospitalized patients receiving enteral nutrition (EN), leads to significant morbidity and mortality, and also increases the length of hospital stay and costs. 1 The prevalence and incidence of diarrhea in patients receiving EN were 29%-39% 2,3 and 2%-95%, 4,5 respectively, depending on patient characteristics and criteria for the diagnosis of diarrhea.…”

Dieta enteral prescrita versus dieta infundida Prescribed enteral diet versus infused diet

“…20 Borges et al (2008) assume that patients exposed to ICU pathogens, medications and medical procedures related to prolonged hospitalization also contribute to the development of diarrhea. 21 Coppini et al (2011), in Projeto Diretrizes, affirm that fibers, specifically the soluble ones, are related to the prevention and control of the diarrhea, since they are highly fermentable by the anaerobic bacteria, forming more amount of short chain fatty acids (CFA). These are essential for supplying energy to colon cells, regulating bowel functions, promoting the absorption of water and electrolytes (such as sodium), the growth of intestinal pathogenic bacteria is minimized and consequently contributes to the improvement of diarrhea.…”

[Id 54519] Prescrito Versus Infundido Em Pacientes Críticos Com Alimentação Enteral Exclusiva

“…Outros fatores que também podem contribuir para a diarreia são os pacientes expostos aos patógenos, medicamentos e procedimentos médicos relacionados à internação prolongada 24 . Com tudo que foi exposto, percebem-se as consequências que os desvios nutricionais podem acarretar.…”