Saúde de imigrantes haitianos: revisão de estudos empíricos qualitativos

Abstract

Este artigo tem por objetivo investigar como o tema saúde de imigrantes haitianos vem sendo abordado em estudos empíricos qualitativos. Realizou-se revisão sistemática nas bases de dados PubMed, Scielo, Scopus e Web of Science, entre 2007 e 2019. Esta revisão orientou-se por princípios da revisão sistemática quantitativa, aplicados à pesquisa qualitativa. Os 17 artigos selecionados foram revisados criticamente e os dados relevantes extraídos e sintetizados utilizando-se preceitos da síntese temática. Os resultados apontam que percepções e saberes sobre saúde e doença estiveram presentes em todos os trabalhos. Os estudos incluídos demonstram motivos pelos quais os participantes não acessam serviços de saúde, no entanto, não exploram como ocorrem as trajetórias de cuidado. Recomenda-se que trabalhos futuros reconheçam a necessidade do diálogo intercultural, avançando no sentido de compreender a lógica e os significados que dão sustentação às representações socioculturais do cuidado à saúde.

Atenção à saúde de imigrantes haitianos em diferentes países na atualidade: revisão integrativa de literatura

“…Nos Estados Unidos da América (EUA) e Canadá, por exemplo, mostram-se como barreiras de acesso à saúde por imigrantes: comunicação/idioma, falta de conhecimento de como se introduzir no serviço de saúde, antagonismos culturais e falta de seguro-saúde. Já no contexto brasileiro, as barreiras culturais mostram-se relevantes, devendo-se considerar para um melhor acesso à saúde as particularidades históricas e culturais dos imigrantes e sua implicação na saúde (FAQUETI; GRISOTTI; RISSON, 2017 Apesar disso, frequentemente os profissionais de saúde não se encontram preparados para atender a população imigrante no país, dessa forma muitas demandas desse grupo ficam descobertas. As situações precárias de trabalho e moradia com acesso limitado aos serviços de saúde os colocam em um grupo de vulnerabilidade.…”