Comunicação em saúde nas campanhas de prevenção à leptospirose humana em Maceió, Alagoas, Brasil

Abstract

Discutem-se ações de comunicação em saúde nas campanhas de prevenção à leptospirose em Maceió. O método consistiu na análise multimodal de cinco cartazes, dois fôlders e um panfleto utilizados nessas campanhas entre 1996 e 2017 e da análise do conteúdo de duas entrevistas realizadas com usuários que foram acometidos pela doença. Resultados mostram que a finalidade original dos materiais altera seu efeito discursivo e que o enfoque visual predominante é o rato; as campanhas fazem uso de um modelo comunicacional unilateral, diretivo e de impacto potencialmente baixo, ratificando achados anteriores da literatura; falta correspondência entre as ações propostas e as condições de vida dos usuários; e a responsabilidade pela prevenção é atribuída majoritariamente à população em situação de vulnerabilidade, isentando-se o Estado de ações que fomentem o diálogo. As potenciais implicações psicossociais desse processo são discutidas.

Fatores socioeconômicos associados à leptospirose no estado do Acre, Amazônia ocidental brasileira (2007-2020)

“…(9) Embora campanhas de prevenção possuam relevância como medida de ação em saúde, por vezes produz efeitos como a culpabilização individual, o que nem sempre é verdade, já que por vezes tais medidas não são cabíveis (já que a realidade do público-alvo pode ser pior do que a apresentada nestas campanhas). (28) Desta forma, a complexidade de relações entre sociedade e ambiente materializadas e não materializadas na cidade necessita de uma reflexão por parte de profissionais que trabalham com saber em prol da sociedade: haja vista a falta de cuidados referentes à prevenção da doença por desconhecimento/pouco conhecimento, necessitando de maior atenção do serviço de saúde. (29) Como possíveis limitações, o presente trabalho utiliza dados secundários e em nível de agregado, o que pode ter ocasionado confundimento nas associações observadas.…”