Essa dissertação tem como objetivo compreender os efeitos psicossociais do racismo a partir de cenas em escola pública de Ensino Médio em São Paulo. Trata-se de uma Pesquisa Ação Participante, qualitativa. Os materiais de pesquisa utilizados foram os diários de campo da pesquisadora, enquanto elaboração escrita das vivências na escola, principalmente dos encontros com o grupo de Iniciação Científica para o Ensino Médio entre julho de 2019 e novembro de 2020, entre encontros presenciais e virtuais. Esta pesquisa foi atravessada pelo cenário de crise sócio-político-sanitária da SARS-Cov2/COVID-19 no Brasil, intensificando as desigualdades socioeconômicas e aumentando a vulnerabilidade ao adoecimento. As cenas foram utilizadas como unidades de análise e a interseccionalidade como categoria analítica. As discussões apontaram para a disputa e a coexistência entre processos de desumanização e processos de afirmação e enfrentamento, tanto de forma coletiva, a partir de mediações de educadores, como em relatos de experiências singulares, revelando uma dinâmica psicossocial. Nos resultados apareceram diferentes modos do racismo se expressar, como via internet e em forma de "brincadeiras" no cotidiano escolar. Durante a pesquisa foi possível apreender como os(as/es) estudantes compreendiam os processos relacionados à saúde e construir conjuntamente reflexões e intervenções, expressando também a necessidade de maior integração entre serviços de saúde e escola.