O empoderamento é considerado um princípio da promoção da saúde a ser seguido e um objetivo a ser alcançado em diferentes cenários. Apesar de amplamente utilizado, sua compreensão é complexa. Este estudo objetivou analisar a percepção de profissionais e usuários sobre o termo empoderamento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com a realização de grupos focais com trabalhadores e usuários de um programa de promoção da saúde do SUS. Foi realizada análise de conteúdo. Os resultados mostraram que a compreensão do termo é diferente entre trabalhadores e usuários. Para o profissional o termo é depurado pela familiaridade com o discurso político e teórico, já as falas dos usuários são permeadas por subjetividades e relatos afetivos. Assim, as percepções permitem atualizar o termo como um processo e relacionado à conexão entre dimensões políticas e subjetivas, sem a polarização entre individual e coletivo. O empoderamento, como reconhecimento da potência dos sujeitos em fazer escolhas, não se finda nele mesmo, ocorre sempre em trocas, na relação com o outro, que se constroem cotidianamente. Por isso a importância de criar cenários ou ambientes que possibilitem o sujeito se reconhecer no encontro com o outro, como espaços potencialmente inventivos. Cabe aos profissionais, na função do Estado, criar cenários em que possam existir relações de trocas para que essas potências emerjam.