“O bicho, aquele pirralho” nos territórios indígenas colombianos: tecendo diálogos com a comunidade Kankuama em tempos de pandemia

Abstract

Resumo Este artigo tem como objetivo refletir sobre as experiências de afirmação da vida e preparação para a morte da comunidade colombiana indígena Kankuama, diante da pandemia e dos efeitos físicos, socioculturais, ecológicos e espirituais que fundamentam e impactam sua identidade, visibilidade, consciência e participação ocupacional. Por meio de pesquisa étnico-nacional colaborativa com base no pensamento indígena, o “Yarning” ou tecido foi utilizado para recuperar as narrativas de três kankuamos por meio de duas entrevistas semiestruturadas presenciais e uma virtual, gravadas e transcritas entre abril e agosto de 2020. As narrativas permitiram tecer reflexões vinculadas à luta pela preservação da própria dinâmica intercultural da saúde, reconhecendo elementos vinculados à sua história, além da ressignificação do vírus como fenômeno de aprendizagem do ser humano na relação com a Mãe Terra e com o território. O artigo também aborda os processos ocupacionais vinculados à morte, enfatizando os aprendizados da perda e da consciência do legado espiritual dos mais velhos, decanos e sábios para a interpretação e orientação das práticas mortuárias da passagem ao “Chundwa”. Resgatam-se as percepções que os Kankuamos possuem sobre a situação atual de saúde, conceitos de saúde e bem-estar, com base na Lei de Sé e sua relação com as ocupações relacionadas à morte, ao equilíbrio social, cultural e natural, que devem ser consideradas dentro da terapia ocupacional e da ciência ocupacional na América Latina.

Garantizar el derecho a una muerte segura y culturalmente adecuada: el sentido de las ocupaciones en la tríada vida-muerte-renacimiento desde la visión indígena Colombiana

“…Por tanto, corresponde también reflexionar sobre la apuesta, protección y necesidad del morir culturalmente apropiado. Lo cual se convierte en un desafío que requiere una comprensión profunda de las creencias y deseos subyacentes de las personas, sus cosmovisiones, así como las relaciones humanas y no humanas que acompañan el proceso activo de muerte (Perilla et al, 2021). Pero también una apuesta para analizar las inequidades sanitarias que, bajo una condición étnica enmarcada en "vulnerabilidad y pobreza" etiquetada por los sistemas de salud, fomentan mayores tasas de mortalidad y peor calidad de su buen vivir (Viáfara-López et al, 2021;Urrego Rodríguez, 2022).…”

Guaranteeing the right to a safe and culturally appropriate death: the meaning of occupations in the life-death-rebirth triad from the Colombian indigenous perspective

“…Therefore, it is also appropriate to reflect on the commitment, protection and necessity of culturally appropriate dying. Which becomes a challenge that requires a deep understanding of people's underlying beliefs and desires, their worldviews, as well as the human and nonhuman relationships that accompany the active process of death (Perilla et al, 2021). But also a commitment to analyze health inequalities that, under an ethnic condition framed in "vulnerability and poverty" labeled by health systems, promote higher mortality rates and worse quality of their good life (Viáfara-López et al, 2021;Urrego Rodríguez, 2022).…”