2019
DOI: 10.1590/2317-6369000015618
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Adoecimento bancário: construção de estratégias individuais e coletivas para o enfrentamento do desgaste mental relacionado ao trabalho

Abstract: Resumo Este relato visa apresentar e discutir o embasamento, o desenvolvimento e os resultados de um grupo de enfrentamento organizado com trabalhadores bancários adoecidos. A atividade foi realizada pelo Núcleo de Ação em Saúde do Trabalhador (NAST), em parceria com o Sindicato dos Bancários de Limeira. Partindo da trajetória profissional dos trabalhadores, o objetivo foi o de problematizar as características da organização do trabalho contemporâneo nesse setor. O grupo realizou oito encontros de aproximadame… Show more

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“…A respeito da contextualização do setor no qual foi realizada a pesquisa de campo deste artigo, Silva e Navarro (2012) apontam que o processo de trabalho bancário no Brasil passou por três etapas: a primeira, que durou até a década de 1960, caracterizou-se por um maior controle da atividade pelo trabalhador; a segunda, situada entre 1960 e 1980, baseou-se no método taylorista-fordista no qual se iniciou a desqualificação do bancário; a terceira teve como marco a intensificação da automação e consequente diminuição dos postos de trabalho. Paparelli et al (2019) Grisci, Scalco e Kruter (2011) verificaram que os bancários vivem dilemas pessoais no contexto de trabalho, sendo eles relacionados a: medo da incompetência e o estigma de perdedor, nomadismo involuntário, captura e dominação do tempo de vida, corrida individualizada para o mérito, medo da estagnação profissional e saúde na precarização das relações de trabalho. Dessa forma, ocorre um dilema entre cumprir as solicitações e manter-se incluído no trabalho, mas também perder a paz de espírito ou preservar a paz de espírito e arriscar-se a ser excluído do trabalho.…”
Section: O Sequestro Da Subjetividadeunclassified
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“…A respeito da contextualização do setor no qual foi realizada a pesquisa de campo deste artigo, Silva e Navarro (2012) apontam que o processo de trabalho bancário no Brasil passou por três etapas: a primeira, que durou até a década de 1960, caracterizou-se por um maior controle da atividade pelo trabalhador; a segunda, situada entre 1960 e 1980, baseou-se no método taylorista-fordista no qual se iniciou a desqualificação do bancário; a terceira teve como marco a intensificação da automação e consequente diminuição dos postos de trabalho. Paparelli et al (2019) Grisci, Scalco e Kruter (2011) verificaram que os bancários vivem dilemas pessoais no contexto de trabalho, sendo eles relacionados a: medo da incompetência e o estigma de perdedor, nomadismo involuntário, captura e dominação do tempo de vida, corrida individualizada para o mérito, medo da estagnação profissional e saúde na precarização das relações de trabalho. Dessa forma, ocorre um dilema entre cumprir as solicitações e manter-se incluído no trabalho, mas também perder a paz de espírito ou preservar a paz de espírito e arriscar-se a ser excluído do trabalho.…”
Section: O Sequestro Da Subjetividadeunclassified
“…Um exemplo foi Clara que afirmou que "o que me incomoda aqui eu não acredito que não vai ter em outros lugares, esta pressão por resultado, esta pressão de trabalhar com muita rotina pesada, não vai ser diferente, isto não vai mudar", ou seja acredita que os problemas que enfrenta são naturais no mundo do trabalho. Paparelli et al (2019) afirmam que os bancos costumam seduzir seus trabalhadores com o pagamento de bons salários, concessão de status social e crescimento na carreira. A despeito desses benefícios, nota-se que a mudança de ocupação se revela atraente para a maior parte dos entrevistados.…”
Section: Análise E Discussão Dos Dados Levantadosunclassified
“…Essas transformações iniciais e outras que se sucederam entre as décadas de 1970 e 1980 com a introdução articulada de tecnologias (microeletrônica), modelos de gestão e métodos de produção inovadores, intensificaram o ritmo de trabalho, exigindo dos bancários maiores responsabilidades e níveis cada vez mais elevados de produtividade, bem como capacidade de se adaptarem às constantes mudanças dos sistemas tecnológicos e de gestão, assumindo um perfil multiprofissional para atender 29 às demandas da organização. Aliado a esses fatores têm-se aspectos como contato cotidiano com clientes, a obrigatoriedade de vender produtos financeiros para atingir metas superdimensionadas, exigências por maior qualificação profissional, acirramento da competitividade, e a insegurança por medo de perder emprego e medo de assaltos, que podem representar fontes diferenciadas de estresse e adoecimento para esta categoria (Paparelli, Almeida, Silva & Morgado, 2019).…”
Section: Introductionunclassified
“…Já Paparelli, et, al. (2019) visaram problematizar as características de intervenção do Núcleo de Ação em Saúde do Trabalhador (NAST) que abarcam trabalhadores bancários.…”
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