Burnout E Absenteísmo Laboral: Um Estudo Com Profissionais Do Setor Bancário

Abstract

Palco de profundas transformações decorrentes da reestruturação produtiva, o setor bancário experimentou um dos mais vigorosos processos de incorporação de novas tecnologias e inovações organizacionais, ocasionando uma intensa informatização do trabalho bancário, bem como mudanças significativas nas condições laborais e, consequentemente, na saúde de seus trabalhadores. Atrelado a isso se encontra um vasto repertório de situações que corroboram para o surgimento do estresse ocupacional nessa categoria, a exemplo do alto nível de cobrança pelo atingimento de metas, sobrecarga de trabalho, necessidade de cumprir várias atribuições distintas, extensas jornadas de trabalho, além da presença de situações de assédio moral. A coexistência, frequência e intensidade desses fatores estressantes transformam o ambiente laboral do trabalhador bancário num nascedouro de transtornos psíquicos, evidenciando-se, dentre esses, a síndrome de Burnout que se caracteriza por sintomas de desgaste emocional, desumanização e decepção no trabalho, podendo levar o trabalhador a adotar comportamentos de absenteísmo laboral para enfrentar situações causadoras de adoecimento e de sofrimento psíquico. A partir dessas ponderações, esse estudo teve como objetivo geral verificar a relação entre síndrome de Burnout, características sociodemográficas e absenteísmo laboral em profissionais bancários atuantes no interior paraibano (N = 147). Foram utilizados os instrumentos: Escala de Caracterização do Burnout -ECB, Escala de Fatores de Absenteísmo Laboral -EFAL e um Questionário Sociodemográfico. Os resultados indicam que a categoria pesquisada encontra-se na iminência da síndrome de burnout, evidenciando-se dois grupos (profissionais com faixa salarial entre dois e três salários mínimos e faixa etária entre 41 e 50 anos) que já se encontram acometidos pela SB, e aparecendo o absenteísmo laboral como uma expressão do impacto negativo do trabalho na saúde psíquica destes trabalhadores. Sugere-se como medidas para mitigar o desgaste profissional que as instituições bancárias criem políticas de gestão de pessoas que valorizem as capacidades e potenciais de seus profissionais, favorecendo a existência de um ambiente psicossocial mais salubre.