Poemóbiles: o livro além do livro

Abstract

Resumo Tomando por base a ideia de expansão do livro, este artigo propõe uma análise crítica do livro-objeto Poemóbiles, de Augusto de Campos e Julio Plaza, investigando a estrutura presente em sua poesia e materialidade, a partir dos movimentos de vanguarda do início do século XX e sua extensão ao contemporâneo. Objetivou-se colocar em perspectiva como se dá a materialidade do livro, a partir do estudo de seus aspectos estruturais e históricos e da obra de Campos, com a análise do poema Luxo, nas versões de 1965 e 1974 e com transcrições de poemas do livro para outros suportes. Compreendeu-se que Poemóbiles é um livro que extrapola a ideia de livro, em razão de sua tridimensionalidade e de sua estrutura comunicante, sendo o ponto de partida para criações em mídias menos usuais para a poesia, como o cartaz, a holografia e a escultura.

Processos colaborativos em comunidades de aprendizagem e investigação

“…No último encontro, ainda em Portugal, uma pesquisadora brasileira integrante do GEPPAIE propôs uma atividade de poemóbiles, uma prática em que o poema, os versos, ou palavras soltas, são "tridimensionalizadas" por meio de cortes e dobraduras entre duas páginas, em que no movimento de abrir e fechar esse conteúdo do interior salta em uma terceira dimensão (Mattar, 2020). Para esse encontro virtual foi-nos solicitado que levássemos um livro, uma agenda ou um diário que pudéssemos rasgar e recortar com a tesoura e depois transformá-lo em poemóbiles.…”