2011
DOI: 10.1590/2316-40183711
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Entre o violoncelo e o cavaquinho: música e sujeito popular em Machado de Assis

Abstract: Representados numa tensão entre criadores e executores, a ópera, o sonatismo, a valsa, a polca e o nunca nomeado maxixe assumem, em Machado de Assis, o caráter de cifra simbólica de algumas tensões na cultura brasileira. A obra machadiana registra um leque de fi guras envolvidas com a criação ou a execução de música: o artista ainda mecenizado pela Igreja (Mestre Romão, regente e fracassado compositor de "Cantiga de esponsais"), o criador já inserido na profi ssionalização da emergente cultura de massas mas de… Show more

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“…Avelar argumenta que "Se é correto que se vê n''O machete' o 'pressuposto implícito da superioridade da cultura letrada, isenta dos apelos fáceis da música vulgar', em meu entender a identificação com o mundo da alta cultura estaria aqui atravessada pela ironia." 6 Embora reconheça que Machado possa cultivar alguma nostalgia "do tempo em que a arte erudita -metonimizada pelo violoncelo -ainda não havia perdido seu capital cultural", Avelar defende que tal identificação é "menos clara e automática do que nos faria crer Wisnik", pois no caso de "O machete", sobretudo, "o narrador visivelmente toma distância irônica e debochada ante o personagem de Inácio Ramos, o corno", que é uma figura "deslocada de seu tempo não por ser subversiva ou intempestiva, mas por ser anacrônica", 7 e não é muito diferente o que acontece com Pestana.…”
Section: Introductionunclassified
“…Avelar argumenta que "Se é correto que se vê n''O machete' o 'pressuposto implícito da superioridade da cultura letrada, isenta dos apelos fáceis da música vulgar', em meu entender a identificação com o mundo da alta cultura estaria aqui atravessada pela ironia." 6 Embora reconheça que Machado possa cultivar alguma nostalgia "do tempo em que a arte erudita -metonimizada pelo violoncelo -ainda não havia perdido seu capital cultural", Avelar defende que tal identificação é "menos clara e automática do que nos faria crer Wisnik", pois no caso de "O machete", sobretudo, "o narrador visivelmente toma distância irônica e debochada ante o personagem de Inácio Ramos, o corno", que é uma figura "deslocada de seu tempo não por ser subversiva ou intempestiva, mas por ser anacrônica", 7 e não é muito diferente o que acontece com Pestana.…”
Section: Introductionunclassified
“…No artigo "Entre o violoncelo e o cavaquinho: música e sujeito popular em Machado de Assis", Avelar (2011) apresenta suas contribuições à mesma esfera de motivos e pretende se opor, de um jeito algo leviano como se salientará, a Wisnik (2004). Embora mencione "Machado Maxixe" como ponto de partida de sua proposta, o pesquisador declara de saída que chega a conclusões que não coincidem com as do ensaio brevemente comentado acima.…”
unclassified
“…Desse ângulo, apesar de muito próximos numa mirada estritamente temporal, "O machete" e "Um homem célebre" se sujeitariam a referentes bem distintos. É comprovada a preocupação deWisnik (2004) eAvelar (2011) em enfatizar os acontecimentos que avultam no século XIX a partir de 1850 e que circunscrevem os entrechos ficcionais, como a Lei do Ventre Livre e a Lei Áurea. Todavia, prevalecem nas duas interpretações a feição progressiva dos eventos, a despeito das denegações e reações de setores da sociedade, e a convicção de que o autor reproduz exatamente esse enclave, com acertos ou equívocos.…”
unclassified