2018
DOI: 10.1590/2238-38752017v826
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Lula Cardoso Ayres: Modernista Em Pernambuco, Folclórico Em São Paulo

Abstract: Resumo A circulação de intelectuais e artistas pelo território nacional não se dá de maneira simples e livre de disputas políticas e simbólicas. Essas tensões tornam-se evidentes nas trajetórias de pernambucanos integrantes do modernismo e nas expectativas de reconhecimento desses artistas por seus pares paulistas e cariocas. A trajetória de Lula Cardoso Ayres é emblemática. Como herdeiro do açúcar, teve condições de formar-se pintor frequentando as melhores instituições e artistas renomados. Em Paris, seguiu … Show more

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“…O seu processo de consagração fora algo gestado durantes décadas depois de sua realização (Simioni, 2013), tendo como data fundamental a comemoração dos seus 50 anos, em 1972, em que o Estado brasileiro, em pleno período da ditadura, projetou a Semana de 22 como símbolo da arte nacional e da nacionalidade (Coelho, 2012;De Napoli, 1980). Esse processo de sagração era permeado, como não poderia deixar de ser: (a) pela seleção e obliteração de alguns partícipes (Amaral, 2010), feito o "esquecimento" de Zina Aita e John Graz; (b) pela escolha das obras que seriam consagradas como símbolos da nacionalidade -preferindo-se aquelas que seriam, segundo a visão estatal, menos "vanguardistas" e mais "nacionalistas"; (c) até pela confecção de versões mais legítimas de como um artista ou escritor deveria ser entendido ou interpretado e (d) pela constituição do modernismo paulista, ou melhor, uma versão dele, como o mais legítimo representante dos modernismos no Brasil (Arruda, 2011;Dimitrov, 2018). Logo após a realização da Semana de Arte Moderna, não foram poucas as polêmicas e disputas entre participantes destacados como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Graça Aranha, cujos rompimentos e críticas públicas giravam em torno de projetos estéticos e de países divergentes, o que pode ser indicado até mesmo nas radicalizações, à direita e à esquerda, de várias destas figuras (Ricupero, 2018;Jardim, 1978;Prado, 2010;Ridenti, 2010, p.92-93).…”
unclassified
“…O seu processo de consagração fora algo gestado durantes décadas depois de sua realização (Simioni, 2013), tendo como data fundamental a comemoração dos seus 50 anos, em 1972, em que o Estado brasileiro, em pleno período da ditadura, projetou a Semana de 22 como símbolo da arte nacional e da nacionalidade (Coelho, 2012;De Napoli, 1980). Esse processo de sagração era permeado, como não poderia deixar de ser: (a) pela seleção e obliteração de alguns partícipes (Amaral, 2010), feito o "esquecimento" de Zina Aita e John Graz; (b) pela escolha das obras que seriam consagradas como símbolos da nacionalidade -preferindo-se aquelas que seriam, segundo a visão estatal, menos "vanguardistas" e mais "nacionalistas"; (c) até pela confecção de versões mais legítimas de como um artista ou escritor deveria ser entendido ou interpretado e (d) pela constituição do modernismo paulista, ou melhor, uma versão dele, como o mais legítimo representante dos modernismos no Brasil (Arruda, 2011;Dimitrov, 2018). Logo após a realização da Semana de Arte Moderna, não foram poucas as polêmicas e disputas entre participantes destacados como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Graça Aranha, cujos rompimentos e críticas públicas giravam em torno de projetos estéticos e de países divergentes, o que pode ser indicado até mesmo nas radicalizações, à direita e à esquerda, de várias destas figuras (Ricupero, 2018;Jardim, 1978;Prado, 2010;Ridenti, 2010, p.92-93).…”
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