Metodologia para identificação de redes de rotas cicláveis em áreas urbanas

Abstract

Resumo Este artigo apresenta uma proposta de metodologia para identificação de redes de rotas cicláveis onde as condições de circulação indesejáveis percebidas por usuários de bicicletas são minimizadas. Um modelo matemático baseado em um algoritmo de busca de caminhos é definido para encontrar rotas com melhor nível de serviço para bicicletas (NSB). O Método de Dixon (1996) foi definido para a avaliação do NSB, ao qual uma etapa de análise de declividade de vias foi incorporada através da comparação de cinco critérios (FHWA, 1979; AASHTO, 1999; Road Directorate, 2000; GEIPOT, 2001a; Austroads, 2011). Essa metodologia foi aplicada em Montes Claros, MG, para identificar uma rede cicloviária que interliga cinco pólos geradores de viagens. Neste estudo, as rotas cicláveis mais adequadas foram obtidas através do estudo da rede viária definida pelo critério de declividade de FHWA, embora uma pequena variação do NSB das rotas tenha sido observada quando avaliadas pelos critérios de FHWA, AASHTO e Austroads. Destaca-se que a etapa de avaliação comparativa entre critérios de declividades no modelo permitiu a identificação de rotas similares às utilizadas por usuários de bicicletas do município.

Método para definição de rede de rotas cicláveis em áreas urbanas de cidades de pequeno porte: um estudo de caso para a cidade de Bariri-SP

“…No caso do Brasil, a subjetividade no processo de seleção do modelo de avaliação do nıvel de serviço ou estresse para bicicletas re lete em diretrizes para identi icação de rotas ciclaveis pouco satisfatórias, uma vez que tais modelos, por serem desenvolvidos internacionalmente, não são condizentes com as caracterıśticas viárias e de trânsito das cidades brasileiras. Isto ica evidente quando analisamos alguns estudos de caso realizados em território nacional que se bene iciaram, por exemplo, do modelo de Dixon (1996), o qual pondera de maneira expressiva a existência de facilidades para ciclistas ao longo das vias, situação que não ocorre com frequência no Brasil (KIRNER, 2006;MAGALHAM ES;CAMPOS;BANDEIRA, 2015).…”

Perspectivas De Mobilidade Urbana Sustentável E a Adesão Ao Modo Cicloviário

“…O transporte nos grandes centros urbanos tem sido foco de estudos nacionais e internacionais (Amorim & Serra, 2001;Castro et al, 2013;Bertini, 2005;Downs, 2004;Gomide, 2008;Magalhães et al, 2015;Plume, 2003;Ross & Yinger, 2000;Saldanha et al, 2015;Zulkifli, Norma, Chong, & Loh, 2001). Estes abordam desde os fatores considerados como responsáveis pelos congestionamentos e o desenvolvimento de infraestruturas que os reduza à necessidade de implantação de formas alternativas de transportes com o intuito de promover a mobilidade urbana sustentável e, também, o uso de bicicletas no âmbito do turismo.…”

“…As cidades estão revendo seus modelos e descobrindo alternativas e estratégias sustentáveis de crescimento (Magalhães et al, 2015). Uma metrópole depende de dois fatores básicos para funcionar: um bom planejamento de uso do solo, somado a um sistema de transporte eficiente (Mitcheel, 2008).…”

“…Com o intuito de intensificar o uso da bicicleta em uma cidade, faz-se necessário estabelecer ações que desenvolvam a consciência do transporte alternativo em usuários de todas as classes sociais, bem como retomar a discussão sobre planejamento urbano, com a disponibilização de espaços para outros modelos de transporte (Pezzuto & Sanches, 2004;Magalhães, Campos & Bandeira, 2015). Ocorre, porém, a necessidade de aprofundamento acerca dos fatores que influenciam o uso da bicicleta e de como esses fatores sofrem variações, considerando os aspectos culturais dos sujeitos em contextos urbanos, a medida que pesquisas com essa finalidade podem contribuir com a adoção de políticas públicas nas cidades no escopo da Mobilidade Urbana Sustentável (Seabra, Taco & Dominguez, 2013;Silveira & Maia, 2015).…”

“…A pesquisa, ainda, avança na discussão sobre o uso da bicicleta no cenário da mobilidade urbana nacional, enfatizando elementos de estudos recentes sobre a temática (Castro et al, 2013;Magalhães et al, 2015;Saldanha, Fraga & Santos, 2015), bem como oferece a percepção sobre a bicicleta no cotidiano de um grande centro urbano e, por meio de clusters, organiza essa percepção em torno de perfis, o que contribui para melhor delimitar esses sujeitos-usuários e, com isso, especifica possibilidades de análise no campo das políticas públicas para a Mobilidade Urbana Sustentável que amplie a composição de propostas de engenharia, economia e planejamento urbano (Curtis & Low, 2012), para agregar valores, cultura e sentimento de apropriação dos espaços urbanos (Bonfin, 2003;Costa, Ramos, Ramos, & Oliveira, 2013), com referência nos impactos socioambientais atrelados à Mobilidade Urbana Sustentável (Azevedo Filho, 2012;Seabra et al, 2013).…”