O artigo parte de uma distinção entre as práticas rituais e as práticas teatrais, ancorando-seem teorias antropológicas, para propor uma abordagem conceitual para o teatro ritual,especificamente para o jogo-ritual. Utilizam-se como referência bibliográfica primária osestudos de Victor Turner e de Martines Segalen acerca dos rituais e de Robson Haderchpeksobre o teatro ritual. A partir de narrativas de experiência de atores e atrizes em processode formação integrantes do Arkhétypos Grupo de Teatro (RN), são problematizados osestados de transe e as experiências místicas diversas durante os processos de criação,realizando paralelos entre a prática mediúnica, os estados de transe e a arte do ator/daatriz. A conclusão deste artigo caminha no sentido de evidenciar a relação entre metafísicae poética, sugerindo que a experiência do sagrado gera um escape momentâneo doconceito de “humano” forjado pela modernidade.