O presente artigo se propõe a analisar as práticas de criação cênica do Grupo Arkhétypos à luz do Jogo Ritual relacionando-o com o conceito de axis mundi proposto por Mircea Eliade e as teorias do imaginário de Gilbert Durand. Trabalha-se com a hipótese de que a experiência do mito manifestada no corpo do ator reorganiza a relação espaço-temporal permitindo ao público um deslocamento da realidade imanente para que se possa alcançar a hierofania. A fim de elucidar a questão desenvolvemos uma breve reflexão a partir dos espetáculos Santa Cruz do Não Sei (2011) e Revoada (2014) e lançamos um olhar crítico frente ao processo de colonização sofrido nas Américas.
O artigo parte de uma distinção entre as práticas rituais e as práticas teatrais, ancorando-seem teorias antropológicas, para propor uma abordagem conceitual para o teatro ritual,especificamente para o jogo-ritual. Utilizam-se como referência bibliográfica primária osestudos de Victor Turner e de Martines Segalen acerca dos rituais e de Robson Haderchpeksobre o teatro ritual. A partir de narrativas de experiência de atores e atrizes em processode formação integrantes do Arkhétypos Grupo de Teatro (RN), são problematizados osestados de transe e as experiências místicas diversas durante os processos de criação,realizando paralelos entre a prática mediúnica, os estados de transe e a arte do ator/daatriz. A conclusão deste artigo caminha no sentido de evidenciar a relação entre metafísicae poética, sugerindo que a experiência do sagrado gera um escape momentâneo doconceito de “humano” forjado pela modernidade.
Este trabalho analisa o conceito de Mitopoética no espetáculo Sebastian, uma obrade dança teatro que se constitui a partir do encontro do mito de São Sebastião coma história do ator-dançarino Sebastian Habib. Com base nos estudos do mito deMircea Eliade e do rito por Michel Mauss, discute as escolhas cênicas e o processode criação a partir do conceito de mito pessoal. Relaciona conceitos simbólicos deCarl Jung, elementos das memórias individual e coletiva, além das narrativasexpressas através da memória do corpo, nas percepções de Gaston Bachelard,Jerzy Grotowski e Antonin Artaud.
Proponho no presente artigo, uma reflexão sobre o deslocamento rumo a uma prática de criação e a uma poética decoloniais realizadas pelo grupo potiguar Arkhétypos. Para tanto, centro minha análise nos espetáculos Gosto de Flor e Revoada, apresentando de que maneira o jogo-ritual exige uma mudança de postura ética e da percepção dos atores e do público envolvidos no acontecimento, rompendo o horizonte de sentidos criado e imposto por aqueles que detêm o poder, possibilitando assim a resignificação dos eventos vivenciados. Partindo de uma escrita autoetnográfica, reflito sobre o deslocar físico e simbólico que o jogo-ritual do grupo Arkhétypos exigiu de mim, todas as vezes em que assisti a uma de suas obras.
O presente estudo parte do diagnóstico realizado pelo filósofo Byung-Chul Han sobre a atual sociedade digital e neoliberal, para pensar as novas demandas que se impõem aos artistas no que diz respeito a procedimentos de criação artística e formulação de narrativas. Para tanto, serão descritas e analisadas as ações desenvolvidas pelo acionista russo Pyoter Pavlensky, entre os anos de 2012 e 2017, visando perceber como o artista tem se relacionado com o contexto apresentado e com os desafios impostos pelo cenário político, em especial a ascensão do autoritarismo na Rússia, assim como pelas inovações comunicacionais suscitadas pela utilização de plataformas virtuais. A hipótese defendida neste artigo é de que Pavlensky agencia diversas camadas discursivas, de forma consciente ou inconsciente, a saber: gesto ritual com referências arcaicas, o envolvimento de agentes do governo como consequência da eficácia ritual do gesto, a memória coletiva acerca de fatos históricos, a simbologia do espaço onde é realizada cada ação, o corpo material e a viralização de imagens simulacro nas redes sociais como forma de criar narrativas de legalidade, legitimidade e competência, as quais são necessárias no embate contra o sistema de poder dos governos da Rússia e da França, assim como são essenciais para o desvelamento das estruturas de domínio e opressão concretizadas na figura dos governos neoliberais.
Based on Roland Barthes' Living-Together-Idiorhythmic concept and opening a dialogue with Michel Foucault's concept of Heterotopia and Nicolas Bourriaud's analyzes of Relational Art, we will introduce some characteristics present in the artistic thought of the last decades, which we will understand here under the concept of post-modern. Such discussion will be the basis for the analysis of the performance No Mundo da Rua, made by the Projeto Corpos de Saia paraibano collective, and its relationship with urban spaces and community experiences. The conclusion attests that in beyond to proposing a brief experience of another possible reality, Living-Together-Idiorhythmic can unveil, from the illumination of social narratives, which are enhanced by the presence and perfor-
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