O espetáculo da economia: a Primeira Exposição Nacional da Indústria no Império do Brasil, em 1861

Abstract

RESUMO O artigo analisa a Primeira Exposição Nacional da Indústria, realizada no Brasil, em 1861, apoiada pelo governo imperial e organizada pela Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e pelo Imperial Instituto Fluminense de Agricultura. O evento visava preparar a participação do Brasil na Exposição Universal em Londres, a se realizar em 1862. A partir de dados sobre investimentos do governo nesses eventos, objetivo compreender os impactos político e econômico que a Primeira Exposição representou para o país, considerando os produtos e os recursos naturais descritos no Relatório geral da Exposição Nacional de 1861 e no Relatório dos Jurys Especiais.

The origin of the stingless bee species described by Frederick Smith from Brazilian specimens brought to the London International Exhibition of 1862

“…In order to assemble, inventory and select national products to be sent for exposition at London, the Brazilian Empire, in partnership with two private institutions, organized a Brazilian exposition that took place in December of 1861, at Rio de Janeiro, Capital of the Empire (Cunha, 1862;Martins, 2020). All Brazilian provinces were invited to contribute sending and cataloging local products, either natural or manufactured.…”

Avanço da urbanização e das práticas capitalistas na Amazônia Setentrional e o caso da cidade de Pacaraima sobre a terra indígena São Marcos - RR

“…Depois do reconhecido fracasso da abordagem política do SPI, e mediante o aumento dos conflitos, a atuação da Funai é marcada pela negligência aos povos originários, gerando respostas jurídicas lentas às suas demandas, não mais com base na interlocução de política por agentes locais, mas judicializando os conflitos encaminhados pelo Poder Judiciário. Dessa forma, o postergamento de decisões em relação às invasões em terras de posses indígenas representou um ganho de tempo para que o processo de dominação se estabelecesse, assim, enquanto os conflitos não se resolviam, e ocorria a sua tramitação nas instituições e instâncias do Estado, o processo de expansão capitalista sobre as posses coletivas se confirmava às margens das vicinais abertas a partir das estradas num processo centralizado e de comando federalizado (MARTINS, 1984).…”

“…Formam-se áreas de assentamentos ao longo da BR-174, nas terras da Fazenda São Marcos, criam-se colônias agrícolas, utilizando, inclusive, as estruturas do posto de assistência aos indígenas. Constituía a manutenção de uma área federalizada exercendo, conforme Martins (1984), o confisco da base de sustentação de toda atividade social, política e econômica regional: a terra.…”

“…O aumento do fluxo de pessoas na região serviu de argumento para que, junto com a instalação da Vila em 1983, fosse estabelecido um destacamento da Polícia Militar do Estado de Roraima -PM-RR, com 4 soldados, 1 cabo e 1 sargento que passaram, então, a cumprir as atribuições da segurança pública e administração dos conflitos, dando suporte à administração da localidade enquanto a imigração para a região continuava a ser estimulada pelas instâncias de governos do Território e da PMBV.O destacamento da PM para dar suporte à administração pública da vila evidencia a articulação militar e civil da racionalidade geopolítica da ocupação rápida com os PMs, suas famílias e a manutenção da repressão e controle como instrumentos de dominação para os serviços públicos na região. Os embates constantes e violentos se davam pela terra e pela exploração das riquezas naturais, e além dos militares do exército e do território, arbitrava também acerca da situação o Serviço Nacional de Informação (SNI), importante braço da ditadura militar que direcionava a ocupação na região, disputando com as oligarquias em formação, não só o controle das terras, mas também a gestão dos conflitos decorrentes, evidenciando o jogo de defrontação entre o governo central e as aspirações de poderes locais, na coerência social da expansão econômica e transformação territorial do país, como explicitaMartins (1984),Chauí (2000) eCataia (2001).…”

“…O Foi o tempo necessário para que as frações de classes com poder em Roraima criassem mecanismos de acomodação de seus interesses no realimento e continuidade da dominação frente às novas demandas e bases do fazer político. O estabelecimento do estado de Roraima, conforme inciso 2 do Artigo 18 da CF de 1988 (item 3.3), sob a permanência do projeto de poder capitalista, manteve áreas territoriais com maior influência da União, de maior preponderância de atuação do governo federal e, conformeMartins (1984), com pouca participação das oligarquias locais, mesmo comandando o novo estado de Roraima.As práticas políticas permaneceram praticamente intactas comandadas pelos mesmos líderes que operaram a dramática intervenção no Território Federal durante a ditadura militar: com destaque para o Brigadeiro Ottomar de Souza Pinto e Romero Jucá e seus respectivos grupos, adversários políticos locais. As disputas continuaram entre esses dois grupos constituídos no período militar, que atuam até hoje para delimitar e aprofundar as transformações espaciais.…”