Esse artigo buscou analisar a formação da “área social” na extensão rural pública oficial brasileira, e de que forma sua configuração atual pode auxiliar tanto na construção de um diagnóstico quanto na condução de um processo de transformação dessa política pública. É possível perceber que a “área de bem-estar social” é marcada pela herança do modelo trazido dos EUA, confundindo seu projeto de educação doméstica com a proposta mais ampla da Economia Doméstica. Dessa maneira, foi consolidada a partir de fundamentos assistencialistas, fatalistas, eugenistas e moralizantes. Constatou-se ainda que, mesmo com as sucessivas mudanças de abordagem da extensão rural a partir dos anos 1970, a “área social” continuou seguindo um formato de educação doméstica conservadora, que se desdobra hoje em outras profissões, como o Serviço Social. Assim, para superar o declínio que essa prática representa na atualidade para a política pública em questão, é necessário romper com a reprodução de uma área de atuação baseada nos elementos da Pedagogia do Doméstico.