O encontro da militância com a vadiagem nas prisões da Ilha Grande

Abstract

RESUMOA partir do estudo sobre prisões da Ilha Grande na primeira metade do século XX, este artigo investiga a construção de uma cultura punitiva que criminalizou grupos sociais que se encontravam em condições precárias de sobrevivência. O termo "vagabundo", responsável pela prisão e maus tratos de milhares de indivíduos no período pós-abolicionista, esteve presente em leis e códigos penais, no pensamento de legisladores e em textos ditos científicos. O encontro entre lideranças políticas, adversárias do governo Vargas, e a dita vadiagem nas prisões da Ilha Grande evidenciou tratamentos diferenciados e a naturalização do conceito. Entrevistas com guardas penitenciários da Colônia Agrícola do Distrito Federal, construída em 1942, permitem indicar como essas classificações foram operacionais no interior do sistema prisional e como elas se desdobraram. Palavras-chave: Ilha Grande; sistema penitenciário; Colônia Correcional de Dois Rios; Colônia Agrícola do Distrito Federal; cultura punitiva. ABSTRACT Based on the study of Ilha Grande's prisons in the first half of the twentieth century, this paper investigates the construction of a punitive culture that criminalized social groups in poor living conditions. The term "vagabundo" [vagrant], which justified the arrest and mistreatment of thousands of individuals in the post-abolitionist period, was present in laws and penal codes, in legislators' thought, and in so-called scientific texts. The meeting between political leaders opposed to Vargas' government and the so-called vagrants indicated differential treatments and the naturalization of the concept. Interviews with prison guards of the Colônia Agrícola do Distrito Federal, built in 1942, indicate how these classifications were operating within the prison system, and how they were deployed.

Cholera in Araguaya Steamboat, 1910: epidemics in immigration crossing between Europe, Brazil and Argentina

“…En Lisboa también embarcaron gran número de personas, "como normalmente ocurre en este puerto". 19 Desde ese punto a la Isla de Madeira y de allí a Pernambuco la epidemia recrudeció y se cobró dos víctimas más, cuyos cuerpos fueron arrojados al mar. A pesar de la existencia de la enfermedad en el vapor, en todos estos puertos subieron nuevos pasajeros y otros (infectados o no) bajaron.…”

Impacto da epidemia de COVID-19 na mortalidade em prisões

“…os dados oficiais sobre óbitos por covId-19 nas prisões do Brasil, disponibilizados no Painel de Monitoramento dos casos de covId-19 do departamento Penitenciário Nacional (dE-PEN) 13 , foram baseados na compilação de dados enviados pela administração penitenciária dos estados. Esses dados são subestimados por serem limitados aos óbitos confirmados por RT-PcR ou teste rápido de antígeno, cuja disponibilidade foi, durante toda a pandemia, muito desigual entre as prisões do país e menor para as PPL do que para a população geral.…”

“…Esses dados são subestimados por serem limitados aos óbitos confirmados por RT-PcR ou teste rápido de antígeno, cuja disponibilidade foi, durante toda a pandemia, muito desigual entre as prisões do país e menor para as PPL do que para a população geral. constam no Painel de Monitoramento de dEPEN um total de 293 óbitos por covId-19 nas prisões do país e 25 óbitos nas prisões do ERJ no período de março 2020 até 17 de outubro de 2022, última atualização 13 , o que sugere a existência de grande sub registro. A limitação das informações disponíveis sobre óbitos em PPL nas bases de dados e nas estatísticas oficiais, com a necessidade de voltar a dados primários, foi revelada por estudo anteriormente realizado pela ENSP/Fiocruz 5 .…”

Impact of the COVID-19 epidemic on mortality in prisons

“…The official data on COVID-19 deaths in Brazil's prisons, available on the National Prison Department's (DEPEN) COVID-19 Case Monitoring Panel 13 , was based on the compilation of data sent by the state prison administrations. This data is often underestimated since it is limited to deaths confirmed by RT-PCR or rapid antigen testing, which has been very unevenly available throughout the pandemic among the country's prisons, and even less accessible for PDLs than for the general population.…”

“…This data is often underestimated since it is limited to deaths confirmed by RT-PCR or rapid antigen testing, which has been very unevenly available throughout the pandemic among the country's prisons, and even less accessible for PDLs than for the general population. The DEPEN Monitoring Panel reported a total of 293 deaths by COVID-19 in prisons across the country and 25 deaths in the state of Rio de Janeiro's prisons in the period from March 2020 to 17/10/2022, the latest update 13 , which suggested substantial underreporting. The limitation of the information available on deaths involving PDL in official databases and statistics, with the need to go back to primary data, had been reported by Sánchez et al 5 .…”