“…A princípio, a apropriação privada no Vale do Paraíba se deu naquelas terras conhecidas como devolutas, onde a expansão cafeeira avançou nas primeiras décadas do século XIX depois da fronteira ter sido aberta pela colonização dos sertões (Machado, 2012;Lemos, 2016;Alvarenga, 2019;2021;2022), embora no caso do Oeste Paulista termos o fato da lavoura cafeeira avançando sobre uma antiga fronteira do açúcar. Entretanto, com a contínua disseminação da cultura do café na região da Mata Atlântica e com a concentração de terrenos nas mãos de particulares este processo ganhou novos traços: a luta entre vizinhos e litigantes se tornou mais frequente, prefaciando um dos problemas que viriam na segunda metade do Oitocentos, isto é, a diminuição das matas virgens -os primeiros sinais de "fechamento da fronteira" (Fragoso, 1983;2013;Secreto, 2000). Estes litígios se acumularam a partir da década de 1850, momento em que foi promulgada a Lei de Terras, que buscaria disciplinar, justamente, aquele acelerado movimento (violento) de apropriação fundiária e controlar o apossamento que rapidamente transferia terras públicas para as mãos privadas (Silva, 1996).…”