O artigo da visa refletir sobre história, memória e cinema brasileiro contemporâneo nos filmes Ação entre Amigos (Beto Brant, 1998) e A Memória Que Me Contam (Lucia Murat, 2012), destacando dois momentos dos discursos sobre a memória da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), que eles reverberam em nossa sociedade. Serão considerados dois diferentes momentos do cinema brasileiro nos anos 1990 e 2010, e os embates atuais no que diz respeito à elaboração das memórias da ditadura civil-militar. Os filmes citados com características específicas dialogam com duas conjunturas distintas no tocante ao direito à memória e à verdade sobre as múltiplas violações dos direitos humanos promovidas no decorrer dos governos dos militares brasileiros, e no cenário de lutas pelo não esquecimento delas. Para o desenvolvimento das reflexões, embasamo-nos nas principais premissas de Walter Benjamin (1994) sobre experiência e nas de estudos sobre memória (CANDAU, 2011; POLLAK, 1989, 1992; HUYSSEN, 2014), bem como História como sobre trauma (SELIGMAN-SILVA, 2000), Análise de filmes (PENAFRIA, 2009; AUMONT; MARIE, 2010).