Tipos de violência no trabalho da enfermagem na Estratégia Saúde da Família

Abstract

Resumo Objetivo analisar a ocorrência dos diferentes tipos de violência no trabalho da Enfermagem na Estratégia Saúde da Família e as implicações dos aspectos laborais e do trabalhador. Método estudo misto, explanatório, sequencial, com 169 trabalhadores de Enfermagem da Estratégia Saúde da Família. Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados o Survey Questionnaire Workplace Violence in the Health Sector e a entrevista semiestruturada. Resultados foram encontrados episódios de agressão verbal com melhores médias na avaliação sobre o reconhecimento e os relacionamentos no trabalho e o maior uso de medicamentos. O assédio moral foi associado à cor da pele branca dos participantes, ao cargo de enfermeiro; apresentaram-se avaliações mais negativas acerca do reconhecimento laboral e dos relacionamentos interpessoais e uma maior preocupação com a violência. Já o assédio sexual relacionou-se ao cargo de técnico/auxiliar de Enfermagem e pela ausência de estímulo para os relatos de violência. A discriminação racial foi associada à cor da pele parda/negra e à redução da satisfação laboral. Conclusão e implicações para a prática a análise dos fatores que se associam aos tipos específicos de violência permite melhor determinar medidas e políticas institucionais que minimizem os atos violentos contra os trabalhadores de Enfermagem.

Caracterização epidemiológica das internações por traumatismo intracraniano no estado do Piauí

“…A pesquisa realizada por Busnello et al, (2021), constatou que, na maioria das vezes a vítima não respondeu ou fingiu que nada aconteceu, exceto nos casos de violência física, o que pode estagnar a violência nesse ambiente ou criar uma sensação de impotência diante dela, com a certeza da impunidade. Isso é ratificado pelo fato de que as medidas tomadas se limitam à autodefesa ou à exigência de medidas sobre o agressor no intuito de cessar o ato de forma imediata, mas nunca retaliatória.…”

“…No entanto, é importante que os profissionais estejam cientes da importância do aprendizado e respeito para prevenir e reduzir a violência, pois atitudes individuais podem ser benéficas, mas requerem ações coletivas. Quando analisada separadamente, a violência perpetrada por todos os tipos de agressores foi associada a diminuição do comprometimento com o trabalho, reduzindo a pró atividade dos profissionais (BUSNELLO et al, 2021). Sousa et al, (2016), ressaltam que a violência, independente das circunstancias, causa inúmeras consequências negativas para os profissionais, contribuindo para o aumento do absenteísmo por doenças de ordem psicológicas, como síndrome de burnout, caracterizadas pela perda da autoestima, depressão, irritabilidade, fadiga, impotência, ansiedade, distanciamento e exaustão.…”

Violência contra o trabalhador de enfermagem: repercussões no acesso e segurança do paciente

“…Os resultados da análise da violência no contexto de trabalho da enfermagem que atua na ESF revelaram que 83,4% dos trabalhadores foram vítimas da violência no último ano, em 221 episódios de agressões, o que corrobora com resultados de outros estudos (8)(9)(10)(11)(12) . A prevalência das agressões psicológicas do tipo verbal encontrada nesta investigação foi semelhante a outras pesquisas (8,(19)(20)(21) .…”

“…Os trabalhadores mencionaram que havia falta de apoio e, a fim de promover o melhor cuidado ao paciente, havia necessidade de atuar além da carga horária contratual. Reforça-se que a falta de apoio e suporte nas relações profissionais, assim como o desrespeito, afetam significativamente, o que pode comprometer a qualidade da assistência realizada (4) , com potencial ocorrência de erros no cuidado ao paciente (10) .…”

“…As repercussões da violência na saúde dos trabalhadores de enfermagem na APS têm sido registradas em estudos nacionais (7,10) e internacionais (8)(9) . Contudo, majoritariamente, as investigações estão voltadas ao contexto hospitalar, e pesquisas na APS têm ganhado mais visibilidade nos últimos anos (11)(12) .…”