Estrutura e distribuição espacial de populações de palmeiras em diferentes altitudes na Serra do Mar, Ubatuba, São Paulo, Brasil

Abstract

A estrutura ontogenética e espacial de dez espécies de palmeiras que ocorrem na Serra do Mar, Ubatuba, São Paulo, foi analisada nas fitofisionomias: Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, Submontana e Montana. Em 12 parcelas de um hectare (quatro parcelas em cada fitofisionomia) foram instaladas três transecções de 10 × 100 m, subdivididas em subparcelas de 10 × 10 m, totalizando 0,3 hectares inventariados em cada parcela. Foram procedidas identificação e biometria completa de todas as palmeiras, e a distribuição espacial das populações foi analisada por meio do Índice de agregação (Ia) proposto por Perry. Com a elevação, foram observadas alterações na riqueza e abundância das espécies, com predominância de plântulas em Astrocaryum aculeatissimum, Euterpe edulis, Geonoma gamiova, Geonoma pohliana e Syagrus pseudococos. Indivíduos jovens apresentaram maior frequência em Attalea dubia, Bactris hatschbachii e Geonoma schottiana. Geonoma elegans apresentou mais adultos e Bactris setosa, frequências similares de plântulas e jovens. A maioria dos estádios ontogenéticos não foi correlacionada com a altitude e o padrão agregado foi predominante nas espécies de palmeiras. Dessa forma, concluiu-se que a altitude não influenciou no padrão de distribuição espacial das populações de palmeiras, mas afetou a composição dessa comunidade na Floresta Ombrófila Densa na Serra do Mar.

Palm (Arecaceae) Communities in the Brazilian Atlantic Forest: a Phytosociological Study

“…This species dominates all layers of the forest strata and at times, it appears monodominant. Reitz (1974) also emphasized the importance of E. edulis in the Dense Ombrophilous Forests of Santa Catarina, and our results corroborate Oliveira et al (2014), who identified E. edulis as the most abundant palm species of Ubatuba, state of São Paulo.…”

Influências edáfica e topográfica sobre a comunidade de palmeiras da floresta ombrófila densa Montana, Parque Estadual da Serra do Mar-SP, Brasil

“…Os teores elevados em areia e silte são característicos da classe Cambissolo (Embrapa, 2009) existente no local com influência também dos processos erosivos que ocorrem devido às condições de relevo da região. Oliveira et al (2014) relacionaram a maior presença da fração areia nos vales como resultante dos processos erosivos de transporte e acúmulo. Nas áreas mais planas do topo de encostas ocorrem maiores teores de silte e argila devido à ação de transformação dos minerais das rochas condicionadas pela maior taxa de infiltração da água e menores perdas pela ação erosiva.…”

“…De acordo com Toledo e Fisch (2006), para um gradiente de Floresta Atlântica próximo ao local do presente estudo, foram identificadas oito espécies de palmeiras entre as altitudes 100 e 200 m, decrescendo para quatro espécies a 850 m de altitude. A mesma influência do gradiente de altitude da Serra do Mar na comunidade de palmeiras foi observada por Oliveira et al (2014). Segundo Svenning et al (2009), o declínio da diversidade de espécies de palmeiras com a elevação da altitude pode ser atribuído à características filogenéticas da família Arecaceae, como a pouca tolerância a baixas temperaturas das altitudes mais elevadas (Tomlinson, 2006 Quanto à estrutura das populações das palmeiras, destaca-se a elevada ocorrência de plântulas da palmeira E. edulis, que representou uma abundância total de 83% dos indivíduos amostrados em relação aos jovens (12%) e os adultos (5%), nas duas parcelas (A e B).…”

“…E mesmo sendo esse grupo de plantas representado pela espécie arbórea de maior abundância do bioma Mata Atlântica, a palmeira Euterpe edulis Mart. (Scudeller et al, 2001;Oliveira et al, 2014), são escassas as informações sobre de que forma a heterogeneidade ambiental, como solo, topografia e serapilheira, podem afetar a comunidade de palmeiras na Floresta Ombrófila Densa Montana.…”

Spatial Distribution and Diametric Structure of Tree Species in a Dense Ombrophilous Forest in Rio Grande do Norte, Brazil

“…Although many works are carried out in this biome, few studies have addressed the population structure and spatial distribution of plant species in the Atlantic forest [4,[8][9][10][11][12]. The population structure and spatial distribution of species in the community are related to the competition between individuals and considering the auto-ecological features; some have a significant risk of not surviving.…”