A partir do conceito de Escrevivências, de Conceição Evaristo, e da perspectiva teórico-metodológica da Análise Institucional, o objetivo deste texto é discutir de que formas a violência de Estado, marcada por gênero e raça, atravessa a vida de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa (MSE) de internação, em uma unidade do Sistema Socioeducativo do Rio de Janeiro e o nosso trabalho com eles em rodas de conversa. Também temos como fonte de trabalho, processos judiciais que retratam o caminho jurídico desses jovens até a MSE. A violência é a forma de contato estabelecida com esta parcela da população que, apesar disso, insiste em resistir, tecendo sobrevivências, modulações à luta por direitos básicos e entremeando-se em escrevivências como esta. Enfim, costurando através das palavras formas (im)possíveis de viver em uma sociedade genocida.