Um Sentido para a Experiência Escolar em Tempos de Pandemia

Abstract

Resumo: No presente artigo a emergência da pandemia global é analisada como um fator que torna ainda mais visível e aguda a crise da educação. Isso ocorre porque à não presencialidade espacial dos alunos agrega-se o esvaziamento da dimensão temporal da educação. Esse esvaziamento é tratado a partir da narrativa da experiência escolar de uma adolescente. Sua interpretação e análise apontam para a necessidade de a experiência escolar propiciar a seus alunos a oportunidade de habitarem um outro mundo no tempo e no espaço por meio do acesso e da ressignificação de obras ficcionais e historiográficas nas quais a experiência de viver uma pandemia seja reconfigurada à luz do presente.

Covid-19, Desigualdades e Privilégios na Educação Profissional Brasileira

“…Pensar a juventude pressupõe considerar seus sonhos, seus projetos, suas expectativas. É também por isso que nos interessa tomar como objeto de reflexão, como tão bem aponta Carvalho (2020), questões relacionadas ao próprio sentido da experiência escolar para esses adolescentes e jovens no contexto da pandemia. Carvalho (2020) questiona quais seriam os recursos simbólicos que a escola pode oferecer a essa juventude que, de uma hora para outra, viu-se impelida a enfrentar uma situação que nem ela nem ninguém poderia vislumbrar.…”

Desafios profissionais da equipe especializada de apoio à aprendizagem frente à pandemia da COVID-19

“…As contribuições atuais da literatura na área da Saúde fazem interface com a da Educação, voltando o olhar para as consequências da pandemia para a saúde mental de trabalhadores dessas áreas (DEPOLLI et al, 2021;SOUZA, 2021;SOUZA et al, 2021;DANTAS, 2021;GOES, RAMOS;FERREIRA, 2020). Tais estudos trazem importantes reflexões quanto aos desafios desse momento de crise na saúde mundial dos profissionais não só do ensino superior (CASTIONI et al, 2021;GUSSO et al, 2020), mas também da educação básica (MOREL, 2021;GOES;BARCELLOS, 2021;CARVALHO, 2020;ALMEIDA;DALBEN, 2020;VEIGA-NETO, 2021;MACHADO, 2020;SOUZA DE PAULA, 2021). Dentre essas publicações damos destaque aos estudos de Almeida e Dalben (2020), que analisaram a reorganização do trabalho pedagógico e se depararam com a reinvenção da escola por meio de processos participativos e criativos dos profissionais, assim como damos destaque à obra organizada por Negreiros e Ferreira (2021), que apresenta 44 capítulos de autores brasileiros, consolidando a interface entre psicologia e educação, abordando desde práticas de atendimentos interventivos até atuações em contextos escolares diversos no contexto da pandemia.…”

Racionalidades educacionais (pós-) pandêmicas: atlas 2020

“…Diferentemente da ação de adaptar-se, que pressupõe abandonar a si para se encaixar no que é novo, o autor afirma ser possível alterar as Se paraPaulo Freire (1967),374 a educação como prática da liberdade busca questionar a realidade que é posta, também se faz verdade que o olhar para os conteúdos deve envolver a sensibilidade para se tecer diálogos com as histórias de vidas presentes na sala de aula. Como bem aponta a autora bell hooks (2013, p. 25),375 conceber "ensinar de um jeito que respeite e proteja a alma de nossos alunos é essencial para criar as condições necessárias para que o aprendizado possa começar de modo mais profundo e mais íntimo" CARVALHO;. COSTA, 2020, p. 209).Temos trabalhado, a partir de Richard Sennett (2009), 376 com a ideia do trabalho docente que desconhece, na atualidade, o tempo de descanso, uma vez que somos acionados a todo tempo pelos dispositivos que nos conectam o tempo todo.…”