“…Então, é 7 Ainda que não seja possível explorar longamente no presente texto, em minha monografia desenvolvo a reflexão sobre como essa ocupação dos espaços por parte das Mães revela a instrumentalização de uma "autoridade moral materna", em que a presença dessas mulheres em eventos LGBT atua como uma proteção, na medida em que, como apontado por Márcia e Rita, "ser mãe" traz um peso e uma espécie de validação moral das vidas e reivindicações de seus/suas filhos/as. Essa mobilização da maternidade enquanto suporte moral para as reivindicações de mães que se constroem enquanto sujeitas políticas à medida que passam a integrar e construir movimentos sociais também aparece em outros casos de ativismo materno, especialmente em contextos de mobilizações de mães de vítimas de violência, como nas pesquisas de Adriana Vianna e Juliana Farias (2011), Jurema Brites e Claudia Fonseca (2013) e Paula Marcela França (2020). Tais pesquisas revelam a recorrência de um cenário no qual essas mulheres adentram a esfera pública para reivindicarem os direitos de seus/suas filhos/as, ou mesmo justiça e midiatização em casos de violência e extermínio, sendo comum o endereçamento às militantes pelo nome "as mães", mesmo quando referindo-se a outras/os integrantes, e uma centralidade da maternidade como ferramenta de mobilização política.…”