“…Portanto, é preciso considerar que, historicamente, crianças têm sido consideradas incapazes com base, principalmente, em avaliações que não possibilitam que suas capacidades e potencialidades sejam expostas (SIGNOR et al, 2018) Nesse sentido, chama-se atenção para a inexistência no processo escolar, ao longo dos anos, de um interlocutor atento, nos termos de PERROTA, MÄRTZ e MASINI (1995, p. 30), ao afirmarem que "aos profissionais que trabalham com a linguagem cabe, também, a singularidade de um interlocutor atento e interessado na construção de significados, no partilhar de compreensões, reflexões, dúvidas e conhecimentos". Este interlocutor, à medida que considera as potencialidades da criança, permite seu contato e inserção em práticas significativas, que, por sua vez, além da apropriação da leitura e da escrita, possibilite o deslocamento da criança do lugar de "adoecido" para o de "aprendente".…”