“…Contudo, é a partir do século XX que os avanços tecnológicos, precursores de mudanças psicossociais, tornam-se indissociáveis do modo de agir e pensar em sociedade, isto é, as normas, o saber, a disciplina e as regulamentações moral e ética operaram ponderando as atualizações e necessidades existenciais do homem daquele contexto. A transformação que a revolução técnico-científica agrega às ciências biológicas fortalece as intervenções no ciclo da vida sistemática e filosoficamente, figurando um processo de vida-morte medicalizado fisiológico e orgânico (Ramos & Franco, 2020 As relações de poder e saber em torno da morte se modificaram ao longo dos últimos três séculos. De acordo com Ariès (2012), o ser humano apresenta alguns comportamentos perante a morte, mostramos a seguir: a morte domada, consiste na imagem que caracterizava a morte na alta Idade Média, era esperada de forma natural, no meio da família e amigos, concebida no coletivo, a morte de si mesmo, entre os séculos XIV-XV, corresponde a uma individualização da morte e o reconhecimento do homem de si mesmo, ou seja, um autoreconhecimento; a morte do outro, datada nos séculos XVI-XVIII corresponde à visão da morte como cruel e dolorosa.…”