Conflitos bioéticos vivenciados por enfermeiros em hospital universitário

Abstract

<jats:p>Resumo O artigo resulta de pesquisa de campo realizada em um hospital universitário no Rio Grande do Sul com o objetivo de identificar e analisar conflitos bioéticos vivenciados por enfermeiros e os mecanismos institucionais de suporte para lidar com essas situações. Na coleta de dados utilizou-se entrevista semiestruturada, observando todos os procedimentos e recomendações éticas. Os dados foram analisados a partir da perspectiva de Bardin, sendo distribuídos em duas categorias: conflitos bioéticos vivenciados no cotidiano laboral e mecanismos de suporte ao profissional para enfrentá-los. Ficou evidente que enfermeiros deparam com esses dilemas e nem sempre possuem conhecimento, condições, autorização e amparo necessários para solucioná-los, o que prejudica seu desempenho ou gera sentimento de frustração no trabalho. Aprovação CEP-URI/FW 1.886.529</jats:p>

Tecnologia, humanização e bioética: percepções de enfermeiras que atuam no cuidado intensivo neonatal

“…Desse modo, as participantes relatam que ao lidar com as tecnologias existentes, procuraram buscar estratégias integradoras onde as relações sejam valorizadas por meio das práticas preconizada pelo Política Nacional de Humanização, indicando este processo como desafiador para os profissionais que atuam em UTIN (Ribeiro, Silva & Ferreira, 2016;Rodrigues & Calegari, 2016;Maciel & Nogaro, 2019). Ainda, apontam que a assistência humanizada contribui com a bioética na busca de soluções adequadas do uso correto de novas tecnologias, priorizando a construção de relações de encontro e acolhimento, com autonomia e responsabilidade nos ambientes de cuidado.…”

“…Nos discursos das enfermeiras, emergiram situações de cuidado com o uso de tecnologia, humanização e suas relações com a bioética, o que requer reflexões acerca dos valores morais, éticos e respeito, compreendidos e aplicados de diferentes formas dentro dos serviços e contextos de saúde, derivados de várias concepções sobre a definição deste tema, promovendo assim a integração entre o cuidado técnico e o cuidado ético (Ribeiro, Silva & Ferreira, 2016;Rodrigues & Calegari, 2016;Souza et al, 2017;Sales et al, 2018;Maciel & Nogaro, 2019;Moura et al, 2020) O enfermeiro deve estar capacitado em atender as necessidades de seus pacientes, levando em conta as atitude e habilidades para realizar os procedimentos técnicos necessários, mantendo o respeito mútuo entre os entes envolvidos nesse contexto (Rodrigues & Calegari, 2016;Sales et al, 2018).…”

“…Dessa forma, a ampliação do conhecimento adquirido possibilita o uso adequado da tecnologia disponível para o cuidar. No cenário das UTIN, os equipamentos são expressões das tecnologias duras, que na medida que são aplicadas mediante a ação correta do saber fazer e pautada nos aspectos éticos, resultam em benefícios ao cliente (Rodrigues & Calegari, 2016;Maciel & Nogaro, 2019).…”

“…Outro ponto indicado pelas participantes consiste na valorização do trabalho na UTIN, pois entendem este processo como essencial para as boas práticas de cuidado, consideram a assistência de enfermagem como tecnologia de trabalho imprescindível para realização de boas práticas assistenciais, embasadas no diálogo, junto à equipe de saúde voltadas a coparticipação na tomada de decisões da assistência prestada ao RN e família (Maciel & Nogaro, 2019). Desse modo, a valorização do trabalho mediado pela tecnologia garante a segurança dos pacientes, redefinindo este processo como como atividade humana e profissional para a enfermagem, que possibilita a reflexão do processo de trabalho, de forma ampla e valorativa, no que diz respeito às competências profissionais necessárias para a prestação do cuidado (Ribeiro, Silva & Ferreira, 2016;Luiz, Caregnato & Costa, 2017;Maciel & Nogaro, 2019).…”

“…Nos relatos das participantes, as mesmas relataram que os protocolos são tecnologias leves, imprescindíveis para implementar estratégias que irão nortear boas práticas assistenciais na UTIN (Ribeiro, Silva & Ferreira, 2016;Sales et al, 2018;Maciel & Nogaro, 2019). Desse modo, a tecnologia é considerada um instrumento gerencial atual e tem sido amplamente estudada pela enfermagem.…”