2022
DOI: 10.1590/1983-21172022240122
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Educação Para as Relações Étnico-Raciais: Um Ensaio Sobre Alteridades Subalternizadas Nas Ciências Físicas

Abstract: RESUMO: Um dos grandes desafios da educação antirracista no Brasil é ser pensada e executada em áreas que se colocam à margem da discussão étnico-racial. O presente ensaio traz reflexões sobre como a educação para as relações étnico-raciais pode ajudar a problematizar as noções de desenvolvimento e progresso (muito íntimas da episteme científica moderna), em aulas de ciências, a partir da análise de casos de conflitos político-territoriais que envolvem comunidades tradicionais e empreendimentos de Estado. Disc… Show more

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“…Além disso, como resultado da política de Educação para as Relações Étnico-Raciais (Parecer CNE/CP 003/2004), a discussão da Lei n. 10.639 (2003) e da Lei n. 11.645 (2008) as quais preveem o estudo da história e da cultura africana, afro-brasileira e indígenas para todos os níveis da educação -, no campo da educação e do ensino de ciências, torna-se relevante (Pinheiro & Rosa, 2018;Alves-Brito, Bootz & Massoni, 2018;Rosa, 2019;Alves-Brito & Alho, 2022). No entanto, conforme apresentado em trabalho anterior (Oliveira, Alves-Brito & Massoni, 2021), são poucos os trabalhos em educação nas ciências físicas que têm articulado essas questões, evidenciando que as dificuldades na discussão (e interpretação) destas questões no campo do ensino de ciências se dá por quatro razões principais: (i) a insistente negação do racismo pela comunidade científica; (ii) a formação inicial e continuada com foco na ERER ainda incipiente; (iii) a sub-representação de pessoas negras nas ciências exatas, sobretudo ocupando posições de poder; e, por fim, (iv) o desconhecimento, por parte da comunidade, de referenciais teóricos que possam dar conta de forma apropriada das questões intrínsecas ligadas ao problema do racismo na educação e no ensino de ciências exatas e da natureza.…”
Section: Introductionunclassified
“…Além disso, como resultado da política de Educação para as Relações Étnico-Raciais (Parecer CNE/CP 003/2004), a discussão da Lei n. 10.639 (2003) e da Lei n. 11.645 (2008) as quais preveem o estudo da história e da cultura africana, afro-brasileira e indígenas para todos os níveis da educação -, no campo da educação e do ensino de ciências, torna-se relevante (Pinheiro & Rosa, 2018;Alves-Brito, Bootz & Massoni, 2018;Rosa, 2019;Alves-Brito & Alho, 2022). No entanto, conforme apresentado em trabalho anterior (Oliveira, Alves-Brito & Massoni, 2021), são poucos os trabalhos em educação nas ciências físicas que têm articulado essas questões, evidenciando que as dificuldades na discussão (e interpretação) destas questões no campo do ensino de ciências se dá por quatro razões principais: (i) a insistente negação do racismo pela comunidade científica; (ii) a formação inicial e continuada com foco na ERER ainda incipiente; (iii) a sub-representação de pessoas negras nas ciências exatas, sobretudo ocupando posições de poder; e, por fim, (iv) o desconhecimento, por parte da comunidade, de referenciais teóricos que possam dar conta de forma apropriada das questões intrínsecas ligadas ao problema do racismo na educação e no ensino de ciências exatas e da natureza.…”
Section: Introductionunclassified
“…
Este artigo-parecer dialoga com o texto "Educação para as relações étnico-raciais: um ensaio sobre alteridades subalternizadas nas ciências físicas" (Alves-Brito & Alho, 2022). Os autores utilizam a Teoria Crítica da Raça (TCR) como parte de seus referenciais para discutir educação e divulgação em ciência numa perspectiva decolonial e antirracista.
…”
unclassified
“…(i) intercentricidade de raça e racismo (e suas interseccionalidades); (ii) desafio à ideologia dominante (no que tange o desmantelamento da ideia da neutralidade, da objetividade e da meritocracia); (iii) compromisso com a justiça social (romper com todos os privilégios racializados, sobretudo o acesso acadêmico-científico); (iv) perspectiva interdisciplinar (diálogos entre as áreas do conhecimento, os saberes e os fazeres); e (v) centralidade do conhecimento experiencial (as escrevivências, as narrativas de vida) (Alves-Brito e Alho, 2022) O quarto e último eixo de atuação no ensino de ciências (Novas alteridades no chão das escolas, dos museus de ciências, observatórios e planetários) questiona onde estão os conhecimentos originários nas ins-tituições que lidam com educação científica. Os conflitos com dimensões étnico-raciais permitem que uma série de aspectos ligados às ciências originárias, à astronomia, à física, à geografia, à tecnologia e ao desenvolvimento sejam levantados.…”
unclassified